Realidade aumentada, sensores de movimento, óculos de realidade virtual. Já teve contato com alguma dessas tecnologias? Se sim, provavelmente foi graças a indústria dos games, que tem tido um papel importante na popularização de inovações tecnológicas.
“O que a indústria dos games faz é se apropriar dessas tecnologias de uma maneira lúdica”, afirma Vince Vader, professor da ESPM e autor de Level Hard – criando, produzindo e pesquisando games no Brasil. “O cara coloca um capacete e vira um piloto de Fórmula 1, põe uma cartinha na frente de uma câmera e aparece uma imagem 3D que ele joga. Isso chama muita atenção.”
Vince usa como exemplo Pokémon Go, game lançado para smartphones em 2016, que superou a marca de 1 bilhão de downloads. “Já existiam jogos com essa proposta de andar pela cidade e fazer algo com realidade aumentada. Foi o caso do Ingress, que a Niantic fez antes do Pokémon”, lembra o professor. “O que o Pokémon Go fez brilhantemente foi trazer uma franquia de destaque que motivou as pessoas a jogarem. Os caras juntam uma tecnologia legal a uma franquia interessante e assim conseguem fazer um produto de sucesso”.
Na opinião de Vince, o que mais despertou o interesse das pessoas nesse caso foi a franquia e não a tecnologia. “Se você virar e falar: ‘É um jogo de realidade aumentada muito legal em que você caça borboletas’. Talvez as pessoas digam que não querem caçar borboletas. Mas Pokémon é um negócio bacana porque já conhecem, assistiram ao desenho e tem uma lembrança. Acho que o acerto do Pokémon Go, mais do que tecnológico, é temático, de franquia, um sucesso de marketing acima de tudo”.
Outro exemplo de tecnologia que ganhou espaço graças aos games foi o sensor de movimentos, com o lançamento do Kinect para o Xbox 360 em 2010. “O sensor de movimentos sempre existiu, a porta do shopping já tinha. O Kinect apenas aperfeiçoou”, analisa Vince. “O curioso é que sempre que surge uma tecnologia nos videogames, as pessoas dizem que aquele é o futuro dos jogos. Mas o próprio Kinect acabou se tornando um dispositivo de nicho, usado mais por quem joga games de dança.”
Vince acredita que a realidade virtual, que vem ganhando popularidade entre os games graças aos óculos VR do PlayStation 4, também se tornará de nicho. “Cada vez mais, o que vemos no mundo dos games é que se forma um ecossistema: tem o cara que joga PC, o da realidade virtual, o que joga no celular. Todo mundo coexiste, está na mesma indústria, gerando dinheiro para as empresas”, comenta o especialista. “Alguns optam por soluções mais incrementadas como óculos VR ou um controle sofisticado, outros usam o touchscreen do celular para jogar Candy Crush. E todo mundo está feliz, com a indústria cumprindo seu principal papel, que é entreter.”
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