Obras de Simone de Beauvoir, Chimamanda Ngozi Adichie, Angela Davis e mais para aumentar o seu repertório sobre o movimento feminista e a igualdade de gênero
Se você está se preparando para o vestibular, provavelmente já percebeu que temas ligados a questões sociais, como igualdade de gênero e os direitos das mulheres, têm sido cada vez mais abordados.
Por isso, a redação do #TMJ preparou uma lista de livros sobre feminismo para expandir o seu repertório crítico e cultural, auxiliando tanto na hora de escrever redações como para resolver questões dos exames. Confira!
1) O Segundo Sexo, Simone de Beauvoir
Publicada em 1949, a obra é um marco do feminismo. Nela, Beauvoir analisa a condição da mulher na sociedade, mostrando como ela foi definida como “o outro” em relação ao homem. Dividido em duas partes, O Segundo Sexo examina aspectos históricos, biológicos, culturais e sociais que construíram o papel feminino. Com a frase “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a autora rejeita visões essencialistas sobre a feminilidade, destacando a opressão como uma construção social que pode ser superada, consolidando o livro como essencial para compreender o feminismo contemporâneo.
2) Sejamos Todos Feministas, Chimamanda Ngozi Adichie
Em um ensaio preciso e revelador, adaptado do discurso feito no TEDxEuston, Adichie parte da experiência pessoal de mulher e nigeriana para mostrar que muito ainda precisa ser feito até que a igualdade de gênero seja alcançada. De acordo com a autora, o assunto diz respeito a homens e mulheres, pois será libertador para todos: meninas poderão assumir a própria identidade, ignorando a expectativa alheia, mas também os meninos poderão crescer livres, sem ter que se enquadrar em estereótipos de masculinidade.
3) Mulheres, Raça e Classe, Angela Davis
O livro analisa as interseções entre as lutas feminista, antirracista, anticapitalista e antiescravagista, destacando o papel central das mulheres negras nessas batalhas. Na obra, Davis oferece uma perspectiva crítica sobre desigualdade e discriminação, desafiando narrativas que confinam tais questões à esfera privada. Por meio de uma análise histórica e contemporânea, a autora contribui para a compreensão do feminismo negro e reforça a relevância dele na luta contra as opressões que persistem. Mulheres, Raça e Classe é uma ferramenta para refletir sobre a realidade social brasileira e global.
4) Quem Tem Medo do Feminismo Negro?, Djamila Ribeiro
A obra reúne um longo ensaio autobiográfico e artigos publicados por Djamila Ribeiro, nos quais a autora reflete sobre questões de raça, gênero e interseccionalidade. No texto de abertura, a filósofa revisita a infância e a adolescência para discutir o que denomina “silenciamento”, processo de apagamento da personalidade que passou em decorrência da discriminação. O contato com autoras como Sueli Carneiro, bell hooks e Conceição Evaristo transformou a visão de mundo de Ribeiro, inspirando-a a abordar temas como empoderamento feminino, intolerância religiosa, cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil.
5) Teoria Feminista: Da Margem ao Centro, bell hooks
O livro defende um feminismo lastreado em três eixos de combate: o antissexista, o antirracista e o anticlassista. A autora também ressalta o papel fundamental das mulheres negras no processo revolucionário de ação de libertação de todas as mulheres – e homens – de qualquer cor da rede de dominação e opressão. Teoria Feminista: Da Margem ao Centro faz uma análise inclusiva que conduz por todos os aspectos da sociedade, desde relações econômicas de poder, orientação sexual, preconceito social até os relacionamentos inter-raciais e familiares.
6) Mulheres Que Correm Com os Lobos, Clarissa Pinkola Estés
Abordando mitos, lendas e contos de fada, como a história do patinho feio e do Barba-Azul, a obra mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos, em um processo que punia todas aquelas que se rebelavam. De acordo com Estés, os instintos foram devastados e os ciclos naturais femininos transformados à força em ritmos artificiais para agradar aos outros. Porém, de acordo com ela, a energia vital das mulheres pode ser restaurada por escavações psíquico-arqueológicas nas ruínas do mundo subterrâneo.