Conheça métodos de estudo e suas vantagens 

Professor do LifeLab ESPM explica quais e como são as técnicas de aprendizagem mais eficientes 

 

“Não basta ficar horas tentando estudar sem traçar uma estratégia que possibilite atingir resultados melhores do ponto de vista da aprendizagem”, avisa Danilo Torini, professor do LifeLab ESPM. Por isso existem métodos de estudo, estratégias, técnicas e ferramentas que ajudam na eficiência do aprendizado, mas se eles não forem eficazes o estudante pode gastar seu tempo com processos menos eficientes. Confira a seguir o que você precisa saber para tirar o melhor proveito dos estudos. 

 

Como planejar o estudo 

Primeiro é preciso entender qual é o objetivo do estudo, porque isso ajuda a definir o que estudar e qual estratégia adotar. Se preparar para uma apresentação é diferente de se organizar para uma avaliação ou o exame do Enem. Além disso, a técnica empregada pode ser diferente de acordo com a disciplina. Tudo depende da necessidade de aprofundamento e da facilidade ou dificuldade de compreensão do tema. 

 

“Pela ordem, o estudante define o objetivo, o material a estudar e depois traça a estratégia e escolhe a técnica, que são coisas práticas: resumir, destacar, sublinhar ou fazer mapas”, explica Torini. Dependendo do objetivo, talvez seja necessário um método mais sistematizado, com etapas bem definidas para a criação de encadeamento lógico e isso exige uma estrutura organizacional maior para o estudo.  

 

Técnicas de estudo 

Sublinhar, destacar e resumir um texto são as técnicas mais tradicionais de aprendizagem, mas são pouco eficientes porque não estimulam a criação de conexões e o encadeamento de ideias.  

 

Existem também as técnicas mnemônico de memorização e os flashcards, que são bons para gravar marcadores como datas e dados específicos mais imediatos, mas também não estimulam a reflexão.  

 

“Quanto mais eu avançar para a criação no estudo,  mais chances de consolidar a aprendizagem”, diz Torini. Em outras palavras, significa que a pessoa que se dedica a estudar de fato constrói uma trilha evolutiva de aprendizagem que é uma pirâmide invertida, com as seguintes camadas a partir da base: recordar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar. Quando chega ao topo, o estudante alcança maturidade para ser o condutor se seu estudo de maneira eficiente e produtiva. 

 

Para isso, é necessário adquirir autonomia de aprendizagem, conquistada com a adoção de métodos eficientes. “Olhar para os estilos de aprendizagem é importante”, ressalta Torini. “Porque pouco adianta escolher técnicas que não conversam com os meus estilos de aprendizagem.”  

 

Tipos de método de estudo 

Existem métodos de estudo muito populares por sua eficiência. Conheça os principais: 

 

Prática distribuída 

Consiste em revisões sucessivas de um mesmo tema para facilitar a memorização e tem resultados muito positivos na apreensão de conteúdos. Mas a ideia não é estudar tudo de uma vez e sim revisitar o tema periodicamente.  

 

Nessa técnica de espaçamento de aprendizagem, é importante intercalar diferentes áreas do conhecimento para estudar no mesmo dia. A pessoa se debruça sobre uma disciplina por algumas horas, depois estuda outras. No dia seguinte se dedica a outras e no outro dia retoma temas anteriores – é um escalonamento que leva à apreensão eficiente do conteúdo. 

 

“O que determina o tempo de estudo são os ciclos de aprendizagem, ou seja, o aluno define o objetivo e o tempo que vai levar para cumprir com o objetivo”, diz Torini. Um tema complexo precisa de mais espaçamento e revisitação. 

 

Testes 

Vale muito a pena fazer testes de autoavaliação da aprendizagem para o estudante ter noção do seu conhecimento e identificar pontos fracos que precisam ser aperfeiçoados. Torini sugere explorar os recursos da inteligência artificial para elaborar o teste. O aluno pode utilizar plataformas como o ChatGPT e colocar o conteúdo que estudou e orientar o modelo de linguagem a criar um teste de múltipla escolha ou com questões abertas para respostas dissertativas. Nesse caso, vale deixar claro para a IA que seu objetivo é testar seu conhecimento sobre o tema para que você identifique deficiências. 

 

Questionamento elaborativo   

O estudante cria perguntas para se avaliar. São questionamentos para verificar se ele compreende todo o processo. Se está estudando como a revolução industrial impulsionou o nascimento da indústria automotiva, ele se pergunta quando e por quem foi criado o primeiro automóvel, quando a Ford entrou no mercado e quem desbancou a hegemonia do Ford T, entre outros questionamentos. Com base nas respostas, é possível identificar o que precisa de aprendizado ou reforço. 

 

Autoexplicação  

Falar em voz alta como se estivesse dando uma aula para si próprio (que pode ser gravada para ser assistida depois) é um exercício de revisão de aprendizagem e elaboração de linha de raciocínio. O estudante se ouve, percebe como conecta as informações, constrói o pensamento lógico e analisa se falta algo para compor o conhecimento. Torini explica que existem duas técnicas de estilos de aprendizagem de autoexplicação: 

 

Técnica de Feynman 

É muito eficiente para pessoas mais teóricas e reflexivas e está dividida em quatro etapas: 

 

  1. O estudante escolhe o conceito.
  2. Ensina o conceito para si próprio ou para até três colegas.
  3. Identifica lacunas.
  4. Reelabora o que aprendeu, sempre simplificando a linguagem para a tornar mais compreensível.

 

Mapa mental e mapa conceitual 

Os mapas são muito eficientes, especialmente para quem prefere algo mais visual, já que é necessário olhar para eles para estudar.  

 

Mapa mental  

A partir da definição de um tema, o objetivo é estabelecer relações e linkar um ponto a outro, mesmo que não haja encadeamento lógico e relação conceitual.  

 

A imagem abaixo traz um bom exemplo de mapa mental. 

 

Exemplo de mapa mental
Exemplo de mapa mental Fonte: Toda Matéria

Mapa conceitual  

Trata-se de um mapa de conceitos que tem duas regras: precisa ter um assunto focal bem definido, pois é ele que norteia o mapa, e é necessário criar um storytelling de encadeamento de conceitos muito claro. 

 

A conexão dos conceitos é feita por meio de palavras-chave e formas geométricas, a exemplo da imagem abaixo. 

 

Exemplo de mapa conceitual
Exemplo de mapa conceitual Fonte: paper de Marco Antonio Moreira, do Instituto de Física da UFRGS

Qual é o melhor método 

Embora os métodos apresentados sejam comprovadamente eficientes em todo o mundo, o sucesso depende do estudante. Como protagonista da sua trilha de conhecimento, ele deveria testar combinações de métodos, analisar seu rendimento e fazer as trocas necessárias. “Não tem receita pronta, é o estudante que monta a sua mala de ferramentas de aprendizagem. E como sabe que funciona? Se conseguiu compreender e lembrar ele cumpriu com o objetivo”, conclui Torini. 

 

Livro 

Você sabe estudar?, Claudio de Moura Castro 

 

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