Especialista explica o que você precisa fazer para planejar o seu crescimento profissional
Desenhar um trajeto para a ascensão profissional é importante para qualquer pessoa. Alguns chamam isso de mapa de carreira, outros de planejamento de carreira, mas no fundo trata-se da mesma coisa. “O planejamento de carreira é algo contínuo e vivo na trajetória de um profissional. É o gerenciamento que uma pessoa faz da sua carreira, estipulando algumas metas para chegar onde ela deseja”, define Adriana Gomes, coordenadora nacional da área de Carreira e Mercado da ESPM.
Esse planejamento leva em conta diversos aspectos e tem boa carga de autoconhecimento. Nesse sentido, Adriana sugere que, quando possível, o profissional conte com a ajuda de um orientador especializado. Isso porque de maneira geral as pessoas não têm percepção clara de todos os seus aspectos comportamentais e emocionais e um especialista pode ajudar nesse processo, estimulando uma reflexão mais profunda de onde o profissional está e aonde quer chegar.
Quando fazer o mapa de carreira?
No final da graduação, o futuro profissional já deve começar seu planejamento. Isso acontece a partir da busca por estágios ou do primeiro emprego na área, o qual muitas vezes acontece enquanto o estudante está finalizando o curso. A partir daí o processo é contínuo durante todo o tempo que a pessoa estiver trabalhando.
Adriana Gomes explica que existem dois pilares fundamentais para o planejamento. Confira:
1. Mapeamento do mercado
O primeiro ponto é entender o que o mercado busca na área em que a pessoa pretende trabalhar. No caso dos recém-formados, verificar quais são os cargos de início de carreira e quais são as demandas destacadas nas vagas de emprego. Para isso, nada melhor que entrar nos sites ou no LinkedIn das corporações onde a pessoa gostaria de ser contratada e observar as competências necessárias. O mesmo vale para quem já está colocado no mercado, mas que procura ascensão ou mudança de empresa.
2. Autoconhecimento
Quando entende as competências, habilidades e atitudes que o mercado deseja, o profissional deve olhar de maneira objetiva e honesta para a sua experiência, para reconhecer e identificar quais são os pontos de aderência às exigências da empresa e o que falta para atender aos requisitos da vaga ou do mercado.
Como fazer o planejamento?
1. Coloque seu plano no papel
Escreva o que você almeja. Comece anotando o ponto onde você está, as suas metas e os seus objetivos a curto e médio prazo. Liste suas competências técnicas, o que precisa desenvolver e também suas habilidades ou carências de relacionamento interpessoal.
2. Dedique-se ao autodesenvolvimento
Após fazer uma leitura honesta dessa lista, é hora de investir na conquista dessas competências. Adriana sugere focar também no inglês e no Excel, dois conhecimentos altamente demandados no mundo corporativo. Dependendo da área ou da profissão, deve-se buscar o desenvolvimento e aperfeiçoamento de outras competências específicas.
Profissionais que já estão consolidados no mercado seguem o mesmo processo para chegar à próxima posição em que desejam atuar. Neste caso, é importante focar também em habilidades de relacionamento, fundamentais para a gestão de pessoas. São cargos mais expansionistas do que técnicos, que demandam pessoas com mais capacidade estratégica de relacionamento. Portanto, o desenvolvimento de soft skills deve ser generalista. Invista em cursos, participe de workshops e seminários, faça atividade física, viaje, leia, vá ao teatro e faça terapia, que é um instrumento muito valioso de autoconhecimento, e tudo o mais que você goste. Não dedique sua vida majoritariamente ao trabalho.
3. Invista em networking
Quem está em fase de estágio ou de primeiro emprego deve aproveitar todas as oportunidades para construir networking com professores, colegas de sala de aula e pessoas com as quais se relaciona fora da faculdade. Segundo Adriana, 75% das vagas são fechadas por indicação, então a ideia é ser visto, ou seja, fazer com que as pessoas saibam dos seus objetivos profissionais, conheçam a sua história de vida, as suas capacidades, conheçam o seu caráter e vejam como você se comporta. O mesmo vale para quem já está no mercado. É importante circular, fazer contatos e ser ativo no LinkedIn. Subir posts, comentar postagens de profissionais que admira e criar uma rede sólida de interação.
4. Guarde dinheiro
Pode parecer estranho falar em poupar dinheiro num planejamento de carreira, mas isso é fundamental. Quando se tem educação financeira cria-se uma reserva que pode ser útil para uma eventual perda de emprego, para um período de procura por um novo emprego ou na fase de reposicionamento de carreira. De acordo com Adriana, o ideal é reservar 20% do salário todos os meses.
5. Reveja seu plano
Faça uma revisão anual do seu planejamento para um balanço que permita traçar parâmetros entre as expectativas e a realidade. Anote como está a sua relação atual com o seu emprego: há bons aprendizados, existem expectativas de crescimento, há reconhecimento do seu trabalho por parte da liderança? Listar esses aspectos, e todos os outros que considerar importantes, ajuda a visualizar em que pé estão as coisas e o que precisa ser mudado ou lapidado. Aproveite também esse momento para atualizar seu currículo.
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