Coordenador de Pesquisas Pedagógicas da ESPM lista algumas estratégias que podem facilitar esse processo
Seja para a escola, vestibular ou até para a faculdade, estudar para uma prova pode envolver alguns desafios. “Há muitas variáveis que estão envolvidas na hora de estudar para uma avaliação, mas, em geral, quantidade e qualidade não podem ser consideradas como sinônimos. Sem as técnicas adequadas, podemos apenas estar gastando o tempo sem atingir o nosso objetivo”, defende Danilo Torini, coordenador de Pesquisas Pedagógicas da ESPM. Em conversa com a equipe do #TMJ, o profissional listou algumas dicas que podem te ajudar na preparação para uma prova. Veja quais são:
1. Monte um cronograma de estudos
De acordo com o coordenador, o primeiro passo para se preparar para uma prova é elaborar um cronograma de estudos. O professor explica que, para que o conteúdo seja absorvido da melhor maneira possível, é importante organizar e administrar o tempo disponível. “O ideal aqui é combinar quantidade e qualidade, planejando os momentos de estudo e utilizando as melhores estratégias para cada tipo de avaliação. Não existe um tempo ideal para os estudos, mas o mais indicado é não estudar apenas na véspera da prova, pois o nosso cérebro precisa de tempo para assimilar os conteúdos”, afirma. “Em vez de estudar um conteúdo na véspera por seis horas seguidas, por exemplo, o melhor é dividir esse tempo ao longo dos dias da semana. A cada momento de revisão e recuperação desse conteúdo, o cérebro reforça essas informações e favorece a nossa memorização e a nossa aprendizagem”, sugere.
2. Identifique o seu estilo de aprendizagem
Na opinião do profissional, outro ponto que merece uma atenção especial quando o assunto é se preparar para uma prova é refletir sobre os estilos de aprendizagem. “Cada pessoa possui diferentes estilos de aprendizagem e o ideal é verificarmos quais são os recursos mais adequados aos nossos estilos e formas de aprender”, diz Torini. “Existem pessoas que funcionam muito bem com o digital e outras que preferem ler e escrever em papel para aprender melhor. O segredo é nos conhecermos bem e nos autorregularmos para selecionar os recursos que, de fato, podem mais contribuir com a nossa aprendizagem”.
3. Faça pequenos intervalos
Seja por meio de livros físicos ou com a ajuda de recursos digitais, estudar pode se tornar uma tarefa difícil se existirem distrações. “Como hoje temos smartphones e computadores cada vez mais potentes e com aplicativos e recursos muito diversos, é muito fácil nos distrairmos com eles e passarmos muitos minutos (e até horas) navegando sem nos darmos conta disso”, comenta Torini.
O professor recomenda fazer pequenos intervalos durante os estudos, pausas que podem ajudar a otimizar o desempenho e o rendimento dos alunos. “O ideal é criarmos pequenos ciclos de estudo (de 20 ou 30 minutos, que podem ficar mais longos conforme ganhamos prática) nos quais devemos nos comprometer a evitar qualquer interrupção que possa nos atrapalhar”, argumenta. “Depois do primeiro ciclo, por exemplo, podemos fazer um pequeno intervalo (de cerca de 10 minutos) para nos movimentarmos, comermos algo e até mesmo verificarmos as notificações que chegaram”.
4. Grupos de estudos podem ajudar
Para além das leituras, resumos, listas de exercícios e mapas conceituais, por exemplo, outra forma de testar os conhecimentos sobre determinado conteúdo e se preparar para uma prova é por meio de grupos de estudos – uma reunião entre alunos, que acontece fora do horário de aula, com o objetivo de revisar e esclarecer dúvidas sobre uma certa disciplina. “Grupos de estudo podem ser mais ou menos eficientes. Eles podem ajudar em momentos importantes, como de esclarecimento de dúvidas, de discussão e de consolidação da aprendizagem de determinados conteúdos”, explica o coordenador de Pesquisas Pedagógicas da ESPM. “Contudo, eles tendem a funcionar melhor depois de uma primeira etapa de estudo individual, em que, a partir de uma reflexão própria, nós procuramos compreender o conteúdo sozinhos e percebemos quais são exatamente as nossas dúvidas”.
5. Filmes e podcasts são uma maneira de revisar o conteúdo
Estudou, revisou e ainda sente que precisa fixar mais alguns conteúdos? Segundo Torini, um jeito de fazer isso é assistir a filmes ou consumir outros tipos de conteúdos audiovisuais que abordam os temas em questão. “Muitas vezes, não compreendemos muito algo que está sendo lido inicialmente, mas, ao assistirmos a um vídeo, podemos entender melhor o contexto e a ligação entre as informações e tópicos”, afirma. “Apenas é necessário tomarmos cuidado e verificarmos a qualidade dessas produções, uma vez que na internet há conteúdos bons e ruins e fontes que podem ser mais ou menos confiáveis. O ideal é realizar uma boa curadoria desses materiais e conteúdos, com a ajuda dos professores e colegas, e verificar em mais de uma fonte as informações que estão sendo estudadas”.
6. Repetição e constância são essenciais
Complementar às demais dicas dessa lista, o professor ressalta que a repetição e a constância são fundamentais para quem vai fazer uma prova. “A repetição é sempre uma grande aliada da aprendizagem. Mas aqui é importante destacar que não se trata daquela repetição mecânica, em que ‘decoramos’ uma informação sem entendermos o seu contexto e significado”, comenta. “Quando eu me refiro à repetição, isso significa reforçar, por diferentes meios, os conteúdos que estão sendo estudados e assimilados. Podemos, por exemplo, ler um texto sobre um assunto e depois reforçarmos esse estudo ao assistirmos a um vídeo ou ao ouvirmos um podcast sobre esse mesmo conteúdo. Se pudermos revisitar esses conteúdos nos próximos dias, a partir das anotações que fizemos, isso nos ajudará ainda mais a memorizar os conceitos e tópicos mais importantes”, esclarece.
Foto: Freepik
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