Não tenho experiências profissionais remuneradas. O que posso colocar no currículo? Para responder a essa pergunta, conversamos com Adriana Gomes, líder do Programa de Integração Nacional de Carreiras da ESPM e diretora do site Vida&Carreira.
A especialista afirma que um erro comum de quem está ingressando no mercado de trabalho é comparar suas experiências com as de profissionais experientes. “Acho que as pessoas que estão começando se sentem um pouco inseguras por isso”, comenta Gomes.
De acordo com Adriana, os jovens devem ter em mente que experiências não remuneradas também são interessantes para quem contrata. Ela cita, por exemplo, atividades em grupo, trabalhos em empresas júnior ou alguma entidade estudantil. “O segredo é saber traduzir essas experiências em competências. E o que é competência? É a soma da experiência, com a habilidade, mais a atitude”, diz a especialista.
Soft Skills
“As organizações estão buscando pessoas com atitude: que tenham iniciativa, vontade de aprender e que tenham tido experiências que a gente possa transpor de uma situação de vida para o trabalho”. A especialista destaca “habilidades de comunicação, negociação, relacionamento interpessoal e adaptação a situações novas e diferentes”. Quem realiza trabalhos voluntários ou fez um intercâmbio, por exemplo, certamente desenvolveu algumas dessas skills.
Segundo Adriana, essas competências devem ser transmitidas tanto na entrevista quanto no currículo. “Você pode colocar [no currículo] que tem habilidade em negociação, por exemplo. Ou se fez algum trabalho voluntário, que tipo de trabalho voluntário era? Quais eram as competências que eram exigidas de você? Que tipo de atitude você tinha que ter? Você tem que extrair os conhecimentos que foram adquiridos e as experiências dessas vivências.”
O autoconhecimento, aliás, ajudará o jovem a também se sentir mais à vontade durante a entrevista. “A medida que eu me conheço, sei quais são meus pontos fortes, minhas fragilidades e consigo me comunicar bem, o que é um fator diferencial para qualquer profissional”, afirma a especialista. “Profissionais que se comunicam bem, que articulam bem suas ideias são sempre visados pelo mercado de trabalho.”
LEIA TAMBÉM: “O que realmente importa: a roupa que você usa ou a qualidade do seu trabalho?”
#TMJ Artigo interessante, que me despertou a seguinte dúvida: e cadeirantes qualificados, com paralisia cerebral, que não tiveram tantas oportunidades de fazer estágios e só recebem “NÃO” como resposta de recrutadores na busca por emprego; principalmente na área de comunicação. O que fazer? Obrigado!
William Truppel, 33 anos, jornalista e cadeirante
Caro William,
obrigado por seu comentário e suas dúvidas. Vamos encaminhá-los para a fonte de nossa reportagem, a Adriana Gomes.
Muito obrigado mestre Jorge Tarquini!