Vídeos, podcasts, blogs e outros conteúdos disponíveis na rede podem ajudar no processo de aprendizagem. Veja como aproveitar esses materiais de maneira efetiva
A rede mundial de computadores está aí, à disposição de quem quiser mergulhar nela para encontrar de tudo. Apesar da praticidade para os estudos, nem todo mundo sabe como estudar pela internet, justamente porque há muita informação disponível. “A gente era mais limitado para buscar informação no passado e a internet 2.0 trouxe um gigantesco volume de informações. O desafio é que nem tudo é confiável, verdadeiro e fidedigno”, afirma Danilo Torini, professor do LifeLab, conjunto de disciplinas optativas da ESPM para o desenvolvimento de soft skills.
Se nem tudo é confiável, verdadeiro e fidedigno, Torini ensina o que fazer para buscar conteúdos que vão contribuir com a aprendizagem, de maneira complementar ao que é ensinado na sala de aula.
1. Defina seus objetivos
Tudo começa pela definição dos objetivos: o que eu preciso estudar e o que eu preciso buscar para aprender? Qual é o conteúdo complementar que eu não tenho à mão? Aqui o estudante lista perguntas para procurar as respostas. Afinal, a chave fundamental da aprendizagem é o aluno. Ele precisa ser desafiado (e se desafiar) a buscar o sentido das coisas. O professor contribui orientando, mas a responsabilidade do estudo é do estudante, que é quem busca a construção de sentido.
2. Faça uma curadoria de fontes
Selecione bem os sites, canais do YouTube, podcasts, jornais, revistas, blogs e estudos acadêmicos relacionados ao tema ou área pesquisada. “Com o tempo o estudante chega na escolha de fontes confiáveis. Para isso, tem que buscar diversidade e colocar tudo sobre a mesa, em primeiro lugar”, ensina Torini. “É importante ver pontos de vista diferentes e se eles têm ancoragem em outras fontes. O ideal, que é um desafio, é procurar uma visão divergente da sua em posicionamento.”
Os professores podem ajudar nessa curadoria, pois possuem um repertório maior e vão dar dicas mais seguras, inclusive indicando fontes contraditórias. Contrapor pontos de vista ajuda o estudante a observar e entender um assunto por vários primas, mas isso também pede checagem. Vale conferir informações em agências de fact checking, veículos de comunicação confiáveis e procurar referências acadêmicas de autores mais argumentativos.
3. Invista em formatos variados
Quanto mais diversidade de formatos de conteúdo, melhor para a compreensão. Muitas vezes o aluno lê, mas não consegue visualizar. O YouTube e sua infinidade de tutoriais estão à espera de pessoas curiosas e que procuram esclarecimento. Em outros casos, ouvir uma explicação num podcast de um professor, de uma faculdade ou de um especialista tem mais efeito do que ler ou assistir a um vídeo.
“A emoção é fundamental para a aprendizagem. Uma emoção que desperta quando o estudante vê um conteúdo pode atribuir significado para a aprendizagem”. Será que é mais fácil entender como a inteligência artificial pode ajudar uma pessoa com danos cerebrais a partir da teoria explicada em sala de aula, ou assistindo um vídeo científico apresentado pelo ator Robert Downey Jr.?
O apelo emocional ajuda o aluno a consolidar a memória do que está estudando e fica registrado como uma memória de longo prazo, podendo ser usada sempre que necessário.
4. Use o ChatGPT com cautela
Em meio à infinidade de fontes de informação, Torini comenta que o ChatGPT e outros modelos de linguagem têm limitação para questões factuais e históricas e, portanto, não são totalmente confiáveis. Em contrapartida, essas plataformas são boas para o estudante “conversar” com a máquina, porque a IA ajuda a abrir o horizonte no campo das ideias. “Mas tem que verificar”, alerta.
5. Faça anotações em papel
Por fim, por mais surpreendente que possa parecer nos dias atuais, Torini recomenda usar papel e caneta. Fazer anotações, escrever resumos e ler seu próprio texto é fundamental para o estudante criar conexões, visualizar o que falta e, principalmente, aprender.
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