Saiba mais sobre as queimadas de Los Angeles, o aumento da temperatura global e a COP30, que será realizada no Brasil
Enchentes, queimadas, secas, inundações, clima intenso. Eventos climáticos extremos estão cada vez mais frequentes em todo o mundo. Além de invadirem o noticiário, esses fenômenos tendem a ser cada vez mais abordados em vestibulares.
Para entender as causas das mudanças climáticas e alguns desses eventos, conversamos com Marcus Nakagawa, coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS).
Aumento da temperatura global
Em 2024, a temperatura global ultrapassou pela primeira vez o limite de 1,5 grau definido no Acordo de Paris. O aumento chegou a 1,6 grau Celsius em relação aos níveis pré-industriais, registrados entre 1850 e 1900.
O principal fator para isso são as atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e a agricultura intensiva, que contribuem para o aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Os gases intensificam o efeito estufa ao reter mais calor solar, o que resulta na elevação da temperatura média da Terra.
Os principais GEE (Gases de Efeito Estufa) são: o dióxido de carbono (CO₂), proveniente da queima de combustíveis fósseis; o metano (CH₄), gerado por atividades rurais; e o óxido nitroso (N₂O), emitido por bactérias presentes no solo ou no oceano, sendo o mais potente dos gases. O desmatamento também desempenha um papel significativo no aumento da temperatura global, já que libera grandes quantidades de CO₂.
Para Nakagawa, as emissões de gases de efeito estufa são os principais desafios para mitigar o aquecimento global e combater as mudanças climáticas. “No Brasil, esse tema está fortemente relacionado à forma como gerenciamos nossos recursos naturais, especialmente no que diz respeito ao desmatamento e às queimadas. Todos os setores econômicos têm responsabilidade na emissão de carbono, desde o agronegócio até indústrias dependentes de combustíveis fósseis”.
“É essencial que empresas e governos adotem estratégias eficazes para transformar suas operações, buscando não apenas reduzir as emissões, mas também implementar ações que resultem em saldo positivo de carbono. Esse compromisso é fundamental para alcançar as metas globais estipuladas pela ONU e de acordos firmados em encontros internacionais”, explica o coordenador.
Queimadas em Los Angeles
O início de 2025 foi marcado por incêndios florestais de grande escala, que devastaram áreas de Los Angeles e outras regiões da Califórnia, forçando a evacuação de centenas de milhares de moradores. As queimadas trouxeram alguns questionamentos sobre como as chamas se espalharam tão rapidamente e causaram tamanha destruição. A seguir, apresentamos três tópicos essenciais para entender as causas e os fatores que contribuíram para essa tragédia:
1 – Crescimento de material inflamável
Em 2024, um período de fortes chuvas, intensificado pelo fenômeno climático El Niño – caracterizado pelo aquecimento da superfície do Oceano Pacífico – contribuiu para aumento de risco de incêndios florestais durante o inverno americano. Embora, as chuvas pareçam diminuir o fogo, elas podem ter o efeito oposto ao estimular o crescimento da vegetação. Este crescimento cria uma grande quantidade de combustível vegetal, tornando a propagação do fogo mais rápida e devastadora quando as condições de secas intensas retornam.
2 – Os ventos de Santa Ana
Os ventos quentes de Santa Ana, que atingiram 160km por hora, ajudaram a rápida propagação das chamas e dificultaram as ações dos bombeiros para conter o fogo. Além disso, os ventos secos ajudam a remover a umidade das vegetações, o que facilita o início dos incêndios.
3 – Mudanças climáticas
Não se sabe com precisão o que causou o início das queimadas em Los Angeles, mas é amplamente reconhecido que as mudanças climáticas desempenham um papel significativo impactando diversas regiões do planeta.
De acordo com Nakagawa, as queimadas de Los Angeles são diretamente ou indiretamente influenciadas pelas mudanças climáticas no mundo. “Antigamente, o governo e as instituições meteorológicas tinham um controle maior do nosso processo climático. E atualmente, vivemos em cenário climático que ainda não conseguimos compreender totalmente. Essa bagunça, agravada pelas ações humanas, contribui para os danos relacionados às queimadas.”
Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas
Diante desse cenário, a Conferência da ONU Sobre Mudanças Climáticas, evento que reúne líderes mundiais para debater e planejar ações, ganha ainda mais importância. A COP30 será realizada em novembro de 2025 em Belém, no estado do Pará. A escolha destaca a importância da Amazônia, um dos maiores biomas do mundo e fundamental para o equilíbrio climático global.
“O evento destaca as ações do Brasil na área, permitindo aprendizado mútuo, e promove visibilidade para desafios e soluções climáticas, mobilizando mídia, população, empresas e governos. Além disso, busca incentivar hábitos mais sustentáveis, produtos com baixa emissão de carbono e políticas públicas voltadas para a transformação global em prol do planeta”, afirma Nakagawa.
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