Nessa etapa da vida profissional, o estudante deve realizar tarefas compatíveis com seu curso e momento de aprendizado
Entender o que um estagiário faz é essencial para os candidatos e também para quem contrata. Essa etapa na vida acadêmica existe justamente para que o estudante se desenvolva, aprenda e consiga colocar em prática a teoria absorvida durante os anos de faculdade: “Isto é, realizando atividades que façam sentido e estejam atreladas e conectadas à área e à realidade do curso”, explica Jéssica Gondim, gerente de projetos da Companhia de Estágios.
A especialista acrescenta que essas atividades têm que estar pari passu com o curso, isto é alinhadas com o momento de aprendizado, mudando, idealmente, a cada seis meses. “Como o tempo máximo de um estágio é de dois anos, não faz sentido que essa evolução não aconteça”, acrescenta.
Por isso, que a empresa deve estar atenta para ajustar as responsabilidades periodicamente, trazendo maior motivação à rotina de trabalho. “É importante que o estagiário também se mostre proativo, curioso, com vontade de aprender e de contribuir”, observa.
Trilha de aprendizado
As empresas devem ter uma trilha de aprendizado para os estagiários, que consiste em um plano – que pode ser alinhado juntamente com o gestor – para que todos estejam a par do que deve acontecer durante o estágio. O que é esperado que o estagiário entregue? O que vai ou pode acontecer ao longo desse prazo? Por exemplo: nos seis primeiros meses, treinamento e atividades administrativas e, gradativamente, o acréscimo de novas responsabilidades. “Esse planejamento é importante para que o estudante consiga visualizar um futuro, entender feedbacks e o que precisa ser melhorado e também para dar diretrizes para a avaliação de desempenho”, reforça a gerente.
Vantagens do estágio
O estágio é uma porta de entrada muito importante para quem almeja uma efetivação e a construção de carreira a partir dessa primeira oportunidade de contato com o mercado de trabalho.
Para a empresa, estagiários trazem ares de renovação, agregando conhecimentos tecnológicos, apresentando tendências, sugerindo melhorias, inovações e trazendo questionamentos que podem trazer ganhos para os negócios.
Os times também podem aprimorar novos tipos de liderança e de gestão de pessoas a partir do momento em que ajudam no desenvolvimento desses novos profissionais. Além disso, essa proximidade também pode mostrar ao estagiário as opções de carreira e de mobilidade que ele pode esperar na empresa ou se a retenção de talentos com plano de carreira faz parte de sua política.
O que o estagiário não pode fazer
Realizar tarefas que vão além de sua capacidade de conhecimento, que o sobrecarreguem ou para as quais ele ainda não está apto — infelizmente, algumas empresas ainda têm a mentalidade de considerar o estágio como “mão de obra barata”.
Até mesmo pela complexidade dos assuntos, estagiários não tomam decisões estratégicas — mesmo que ele faça parte de um projeto muito importante para a companhia —, não assumem responsabilidades legais, nem assinam documentos ou contratos relacionados ao negócio.
O que fazer se as atividades não estão de acordo
Em geral, as multinacionais e empresas de grande porte possuem um time de RH focado no desenvolvimento de estagiários, disponíveis para apoiar as dúvidas mais comuns relacionadas aos cenários internos. Quando não há RH nesse processo, a recomendação é conversar com o gestor direto ou com quem o estagiário trabalha no dia a dia. “O mais importante é que haja transparência para alinhar o discurso e as expectativas de parte a parte, do que se espera de cada um”, analisa Jéssica.
Além disso, as faculdades também costumam acompanhar essa jornada por meio das percepções do estagiário e de relatórios recebidos das empresas contratantes a cada seis meses que, por lei, são obrigatórios. Para todos os envolvidos, esse documento é importante para avaliar se as atividades estão compatíveis, se o estagiário sente que está aprendendo, se a carga horária é ultrapassada em detrimento dos estudos para que o aluno consiga se dedicar a essas duas atividades ao mesmo tempo.
Em geral, as instituições de ensino contam com coordenadores e mentores no setor de estágios para que os alunos possam se consultar, receber orientações e encontrar as melhores formas de lidar com as questões do mundo corporativo.
Quanto tempo dura um estágio
Varia conforme a empresa, mas a duração desse contrato não pode ultrapassar dois anos na mesma empresa, que é o prazo máximo determinado por lei.
Efetivação
É fundamental que as empresas deixem claro no processo seletivo se há ou não possibilidade de efetivação, porque enquanto alguns estudantes sonham conhecer vários tipos de negócios, outros desejam construir uma carreira na organização em que ingressam.
4 Mitos sobre o estágio
1. É preciso esperar estar no segundo ano para procurar estágio
Antigamente, as empresas buscavam estagiários a partir do quinto período, mas hoje estão mais flexíveis e prospectam candidatos a partir do primeiro semestre.
2. Estágio é sinônimo de efetivação no término do contrato
Ela é uma possibilidade, mas nunca uma garantia, pois depende de vários fatores: vaga, aprovação da área, desempenho etc.
3. Estágio tem registro em carteira
A legislação do estágio exige um contrato e não obriga que as empresas registrem o estudante como CLT (como acontece com a modalidade jovem aprendiz, que considera o recolhimento do INSS).
4. É preciso ter experiência na área
O contrário: o estagiário entra para aprender e adquirir essa experiência compatível com essa primeira oportunidade e com o que se espera dele nesse momento da graduação.
Dicas para procurar um estágio
- Pesquisar sobre onde deseja trabalhar é importante para não criar expectativas (que podem não se cumprir) e também para perceber se os propósitos da empresa são compatíveis com os seus, especialmente se o seu sonho é trilhar uma carreira dentro dela.
- Procure vagas em sites confiáveis para checar o histórico e a reputação a partir da experiência de funcionários que já passaram por essas empresas.
- Verifique se a organização tem por política a efetivação de estagiários a partir do currículo dos funcionários, observando quem começou nesse patamar e alcançou outros cargos.
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