8 dicas para ter sucesso na redação do Enem 

Especialista explica tudo o que você precisa saber para se sair bem na redação do Exame Nacional do Ensino Médio

 

Qual é o segredo para tirar nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)? Foi essa pergunta que o #TMJ fez para a professora Rubiana de Souza Barreiros, coordenadora da área de redação do ensino médio do Colégio Vértice de São Paulo.

 

“Em primeiro lugar, o aluno deve entender que por trás da prova existe a concepção de um problema e uma expectativa de resposta e isso coloca o estudante no papel de um cidadão que tem a tarefa de localizar um problema que afeta o coletivo, mesmo que isso não o afete pessoalmente, e apresentar uma proposta de intervenção para essa questão”, diz Rubiana.

 

Para isso, é necessário construir o texto atendendo a uma série de requisitos que pesam na avaliação da prova e ter uma base de conhecimento adquirida fora da sala de aula, porque sem ela haverá carência de subsídios para defender o ponto de vista. Confira a seguir as dicas da professora. 

 

Antes da prova

 

1. Aprofunde-se em temas sociais 

Antes de mais nada, é importante entender que a redação do Enem instiga o estudante a assumir um papel de cidadão que olha para a sua realidade de vida e a do Brasil. O tema sempre parte de um problema social e o candidato precisa pensar em uma resolução a partir de uma perspectiva coletiva. Portanto, não basta ser bom de gramática e entregar um texto bem escrito. É necessário se inteirar sobre a dinâmica do nosso país e da sociedade para adquirir uma visão ampla do que acontece no Brasil e no mundo, e com isso ganhar bagagem para construir a dissertação.
 

2. Crie repertório estudando assuntos em alta

Intolerância religiosa, violência contra a mulher, publicidade infantil, acesso ao cinema por populações menos favorecidas e doenças mentais foram alguns dos temas abordados no Enem de 2015 a 2021. A bagagem necessária para redigir um texto sobre esses temas é um repertório de conhecimento geral adquirido fora da sala de aula. Rubiana recomenda enfaticamente que o aluno se informe sobre o papel dos Três Poderes do Brasil (executivo, legislativo e judiciário), a Constituição Brasileira, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso, as leis de cotas em universidades e de contratação em empresas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a importância do ESG (Environmental, Social and Governance) e qualquer outra temática atual que cause impacto na sociedade. Mas não é só isso. Bagagem cultural é requisito básico, porque muitas vezes o estudante pode embasar uma ideia citando um livro, filme ou exposição de arte, por exemplo. 

 

3. Entenda os critérios de correção da redação

A avaliação do desempenho do aluno na redação se baseia em cinco competências com critérios independentes e que avaliam aspectos diferentes do texto. Quem busca uma pontuação nota mil não pode ignorar nenhum desses pontos. Confira cada um:

 

  • Domínio da escrita formal da língua portuguesa
    O texto deve atender às normas padrão de ortografia e gramática, contento palavras com acentuação, letras maiúsculas no início das frases, parágrafos, vírgulas nos lugares corretos, pontos de exclamação ou interrogação, concordância verbal e nominal, aspas em citações, uso de crase e pronomes, entre todos os pormenores da gramática brasileira. Quem corrige a prova vai olhar objetivamente para o domínio que o aluno tem da nossa língua e aqui não tem perdão. Portanto, é importante treinar a escrita nos meses que antecedem o exame, principalmente para tirar dela os vícios da linguagem das redes sociais. Leia livros, revise suas dúvidas sobre gramática com professores, faça uma lista de sinônimos e procure aumentar seu vocabulário.

 

  • Compreender a proposta e não fugir do tema
    Além do tema, a redação do Enem vem acompanhada de textos e material de apoio e a interpretação de todo esse conjunto é um critério de avaliação. Os professores que corrigem as provas analisam a capacidade de entendimento do conteúdo ofertado na prova, já que o aluno não pode fugir do tema, e o domínio da estrutura dissertativa. Também levam em conta o uso das referências externas que o estudante traz para o texto e se elas dialogam com a proposta. É importante estar antenado com os temas da atualidade e estabelecer conexões entre os fatos. Para desenvolver essa capacidade, diversifique as fontes onde você busca informação a fim de tomar contato com diferentes pontos de vista e construir a sua própria visão sobre um determinado assunto. 

 

  • Argumentos em defesa de um ponto de vista
    Para defender seu ponto de vista, o aluno precisa de habilidade para selecionar e organizar as informações e criar uma relação interpretativa entre elas, sempre respeitando a diversidade sociocultural e os direitos humanos. Nesse sentido, é preciso que o texto tenha coerência e conexão entre as ideias e que seja escrito com começo, meio e fim. Para entender melhor o que isso significa, Rubiana sugere pesquisar na internet as propostas das redações do Enem dos últimos anos e ler as que tiveram pontuação máxima.
     
  • Conhecimento para a estruturação da argumentação
    Essa competência diz respeito a saber escrever usando os conectivos de coesão. Vocabulário diversificado, uso correto de conjunções, advérbios, locuções verbais preposições e todos os outros recursos de linguagem disponíveis para construir uma argumentação são fundamentais para uma boa nota. Portanto, treine. Leia textos procurando identificar os conectivos e escreva seus próprios textos. Se necessário, busque orientação com seus professores. 

 

  • Proposta de intervenção
    A parte final da redação deve trazer uma proposta para o problema levantado, apontando a ação por meio da qual o problema pode ser solucionado; o agente que tem capacidade e alcance de resolver o problema; o meio ou de que maneira o problema vai ser resolvido e qual é a finalidade da ação. É importante detalhar um desses argumentos e não esquecer que a proposta de intervenção deve respeitar os direitos humanos, contemplar a diversidade humana, social e cultural. 

 

 

Hora da redação 

 

4. Comece lendo o tema

Antes de ler o conteúdo de apoio, leia o tema da redação porque pode acontecer de você dominar o assunto e isso já te ajuda a organizar as suas ideias de antemão.

 

5. Planeje o seu texto 

Depois de ler a pergunta, faça o “esqueleto” do texto, ordenando em um papel as informações que vai usar para discorrer sobre o problema, os seus impactos, o que pode ser feito, como vai ser feito e os seus possíveis reflexos. Anote também as referências externas como um livro, uma estatística ou outro tipo de informação. 

 

6. Siga a estrutura padrão 

Com tudo o que você pretende abordar listado, escreva o rascunho do seu texto. A professora Rubiana sugere delimitar a dissertação em partes: um parágrafo introdutório, dois parágrafos argumentativos e uma conclusão com a proposta de intervenção. 

 

Hora da revisão 

 

7. Revise a redação 

Após escrever o seu rascunho, cheque a gramática, a repetição de palavras, a construção das frases e o encadeamento das ideias para ver o que pode ser melhorado. Faça todos os ajustes necessários. 

 

8. Deixe o texto “descansar” antes de passar a limpo

Responda as questões da prova que ficaram pendentes, preencha o gabarito e volte para redação. Rubiana comenta que alguns alunos relatam que informações das outras parte da prova podem servir como gatilhos para repertório externos na redação, então vale a pena fazer essa pausa antes de considerar o texto concluído. Leia uma última vez, corrija o que for necessário e aí, sim, passe o texto a limpo e considere-o finalizado.  

 

 

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