Entenda o que é o método, para quem é indicado e quais são os benefícios para a aprendizagem
O ciclo de estudos é uma estratégia utilizada para organização do tempo dedicado à revisão de conteúdos e disciplinas, que tem como objetivo tornar a aprendizagem mais eficiente. Em vez de se basear no modelo tradicional de cronograma semanal, onde cada dia se destina ao estudo de determinadas disciplinas, o ciclo é construído de maneira diferente.
O objetivo é fazer uma rotação dos temas, ou seja, em vez de estudar uma disciplina por um tempo prolongado em dias determinados, os alunos realizam sessões de estudo. “Nesse sentido há a necessidade de se avaliar os conteúdos, observar quais são as demandas e dificuldades e definir onde precisa investir mais e menos tempo”, explica Claudia Silva, coordenadora de Pesquisa Pedagógica no Núcleo de Inovação Pedagógica e professora do LifeLab da ESPM.
A vantagem de adotar o ciclo de estudos é que a revisão periódica dos conteúdos fortalece a memória de longo prazo. Outro componente é a gestão do tempo, porque na elaboração do ciclo é possível fazer uma distribuição mais equilibrada das horas investidas de acordo com as necessidades de aprendizagem.
Como é o método
O aluno programa o ciclo de estudos em função da carga horária diária que definiu para estudar e do grau de dificuldade que ele tem em cada disciplina.
Se determinou três horas por dia, distribui o conteúdo a ser revisado nesse período. Caso não consiga estudar tudo no tempo estipulado, no dia seguinte o aluno retoma a partir de onde parou no dia anterior.
Veja a imagem abaixo. O ciclo é de 16 horas, tendo três horas diárias de estudo, e inicia com português e matemática, que somam 3h30 horas. “Mas só tenho três horas para estudar, então eu começo com português e vai faltar meia horinha de matemática. No dia seguinte, faço essa meia horinha de matemática e depois eu sigo com história”. Quando ocorre essa quebra, basta empurrar a tarefa pendente para o dia seguinte e ela será a primeira a ser estudada.
“Eu sempre recomeço de onde parei. Se era para eu ficar três horas estudando e estudei duas, ficou faltando uma hora e vou resgatar essa uma hora”, diz Claudia. “Assim eu não pulo aquelas disciplinas que não gosto ou que tenho maior dificuldade, porque eu sempre vou começar de onde parei”.
Como determinar a carga horária
Quando adota essa estratégia o estudante assume o compromisso de desenvolver o hábito de cumprir com a meta a que se propôs. A diferença em relação ao cronograma tradicional é que o ciclo não é engessado numa grade de disciplinas ou de temas e nada fica para a semana seguinte.
O ideal é conseguir rodar o ciclo em uma semana para não ficar mais tempo sem contato com temas que são importantes. Eventualmente, ao invés de cinco dias, o ciclo pode ser de sete ou oito dias. Vai depender da quantidade de disciplinas e assuntos que o aluno tem que estudar e da sua disponibilidade de tempo. Uma dica importante é alternar em um mesmo dia disciplinas que exigem raciocínio lógico com as que demandam memorização.
O ciclo de estudos é muito dinâmico no sentido de que vão haver disciplinas que a pessoa precisa estudar uma hora e outras que demandam duas horas dentro da carga horária estabelecida. Quando tem mais dificuldade com um assunto o aluno pode incluir a mesma matéria duas vezes.
Aproveite a flexibilidade para fazer adaptações
Conforme estuda a pessoa percebe que tem um tema ou disciplina que não precisa mais estar no ciclo, porque ela já domina o assunto naquele momento, e faz uma troca por outro conteúdo ou amplia as revisões de uma matéria. O que não vale é diminuir a carga horária diária.
Um ponto importante é se organizar para estudar a teoria e fazer exercícios, criar um mapa conceitual ou escrever um resumo. “Se está programado para estudar em uma hora e meia, então coloca uma hora para teoria meia hora para a revisão”, ensina Claudia. “O interessante do ciclo é a flexibilidade, essa possibilidade de ajustes ao longo do caminho”.
Quais são as vantagens
Esse método faz com que a pessoa olhe para a sua agenda e pense em como encaixar o ciclo nela, e isso cria o hábito de estudar diariamente pelo mesmo período. Segundo a professora, a ideia é adquirir consciência do quanto é necessário investir em cada disciplina, de acordo com a quantidade de conteúdo e o nível de dificuldade. A partir disso se estabelece o tempo de estudo de cada tema e se fazem ajustes, seja na carga horária ou na quantidade de conteúdos e disciplinas.
Além de alunos de escolas, de graduação e de pós, o ciclo de estudos é muito utilizado por quem presta concurso público, porque os candidatos começam a estudar muito antes da publicação dos editais. Com base nos anos anteriores os concurseiros sabem quais são as disciplinas que tem mais peso e se debruçam sobre elas. O método também serve para quem está trabalhando em um projeto e precisa aprender determinados assuntos.
“No começo pode ser estranho e até gerar uma resistência, mas com o tempo os estudantes percebem as vantagens de saber quanto tempo gastam com determinadas disciplinas e conseguem se autorregular”, explica Claudia. Em outras palavras, o método e sua flexibilidade tem tudo a ver com comprometimento e autogerenciamento.
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