Estágio remoto: jovens falam sobre a experiência de trabalhar em uma empresa sem nem pisar no escritório

Pode parecer “assustadora” a ideia de ingressar no mercado sem vivenciar presencialmente a cultura das organizações, mas a experiência de dois jovens estagiários mostra que a forma remota também traz novas oportunidades e aprendizados 

 

Se muitas empresas e profissionais estão ainda se adaptando às mudanças ocorridas desde o início da pandemia, que alterou rapidamente as relações e o modo de trabalhar, começar a vida profissional, ainda como estagiário, pode ser um desafio ainda maior na versão remota. Ou não!  


Para a nova geração, plenamente acostumada ao digital, o estágio remoto reúne o melhor dessa nova realidade na qual, por meio da tecnologia, é possível ampliar o leque de oportunidades de conseguir uma colocação até mesmo em outros estados e países. 


Natural de Petrópolis (RJ), Juliana Granja, 24 anos, estudante de Publicidade na ESPM Rio, não teve que deixar a cidade natal para participar do processo seletivo na ESPM-Jr de Porto Alegre (RS). “Não fosse esse sistema, seria uma logística bem mais complicado, por exemplo”, conta. “Como era a gestão de equipes, sempre tive muitas ferramentas de tecnologia que ajudaram bastante nos processos e nos andamentos, fazendo com que o trabalho remoto fluísse muito bem nesse um ano e meio”, explica. 


“Porém, confesso que não estar de forma presencial me fez falta para compartilhar o dia a dia com as pessoas. Isso foi, com certeza, minha maior dificuldade”, aponta. “Como diretora de projetos em uma reunião com dois gerentes, seria mais interessante o presencial para tornar as conversas mais interativas e trocas de experiências mais interessantes.” 


Durante o período, Juliana descobriu também que gosta muito de trabalhar remotamente. “A minha busca por oportunidades futuras agora passa pelo home office ou organizações em que a presença não seja obrigatória todos os dias — somente quando necessária e que também dê a opção de ir ao escritório”, revela.  

 

 

Organização e disciplina são fundamentais 


Nicolas Braga, natural de Gravataí e morador de Capão da Canoa (RS), 21 anos, começou a estagiar de modo remoto em março de 2020 na unidade de Porto Alegre da Pulsus, uma empresa que trabalha com gerenciamento de aplicativos móveis. “Na época, estava há um mês no cargo de estagiário pré-vendedor. Desde então, ficamos online, fui efetivado e promovido em março de 2021”, lembra.  


Em setembro do ano passado, Nicolas recebeu uma proposta da Remessa Online Ebanx, de São Paulo, 100% remoto também — mesmo que as atividades tenham voltado à “relativa normalidade” com a vacinação. “Recebi uma indicação e troquei de empresa, hoje atuo como estagiário em Sales Enablement”, revela. 


Para ele, a atividade no LinkedIn foi algo muito importante para o networking. “Devido às minhas postagens no perfil, fui indicado via LinkedIn para participar da seleção na Pulsus, em janeiro de 2020. Quem me contratou para a Pulsus foi trabalhar para a Remessa Online Ebanx e me chamou assim que abriu uma vaga do meu perfil.” 

 

Sem dresscode e com benefícios  


Quanto ao dresscode, ele não tem a obrigatoriedade mais de usar camisas, calças e sapatos sociais — mas, em reuniões mais importantes, Nicolas veste uma camisa polo um pouco mais formal. A empresa disponibilizou os computadores, mouses, teclado, segundo monitor, materiais de escritório, manteve benefícios como vales refeição e alimentação, além de auxílio home office para ajudar na conta de luz e de internet.  


“Em relação às dificuldades dessa modalidade, a única coisa que me incomoda — um pouco e às vezes — é estar falando de assuntos sérios e pesados de empresas, como metas, demissões, números e performance dentro do meu quarto, um lugar para relaxar e descansar”, revela. “Tenho a sensação de que a empresa toda está ali, que considero muito privado. Porém, de resto, é perfeito. No geral, tenho mais privacidade, liberdade e tempo livre”, conta. 


Como ele não precisa “bater ponto” (as demandas têm que ser realizadas no prazo) e se não há muitas tarefas ou reuniões em seguida, ele utiliza esse tempo para preparar o almoço e descansar sem tanta pressa. “Estabeleci o controle das minhas atividades, uma vez que as entregas devem ser de qualidade e dentro do prazo, então me organizo bastante para isso, mesmo que ninguém esteja me cobrando na mesa da frente”, explica. 


O escritório também fica aberto para quem quiser ir. “Particularmente, não sinto essa falta e percebo que meus colegas também não sentem, pois a procura não é tão alta”, avalia. “Existem vários momentos online de interação, como happy hour, brindes de aniversário e coisas do tipo. Creio que o pessoal como um todo não trocaria nada disso por uma rotina mais presencial.” 

 

 

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