Conheça as maiores premiações do cinema mundial

Há muitos outros prêmios bastante concorridos, cobiçados e tão importantes quanto o Oscar

 

Todos os anos, a esperada (e sempre polêmica) lista de indicações ao Oscar movimenta a indústria do cinema – principalmente a área de distribuição e exibição, pois é o momento que a maioria das pessoas quer ir à sala escura para assistir aos concorrentes e poder julgar quem merece levar a estatueta para casa nas 23 categorias em disputa em 2023 (com a entrega em 12 de março).

 

Para produtores, diretores, roteiristas, atores e atrizes, entre outros profissionais, há outras prêmios tão ou mais importantes do que a própria estatueta dourada.

 

Aqui, apresentamos algumas delas, de dentro ou de fora dos EUA, que ajudam a tornar ainda mais eletrizante (e polêmica) a temporada de premiações com suas injustiças, esquecimentos, esnobadas e mancadas (sim, pois ganhar não significa que realmente seja “melhor” do que seus concorrentes).

 

Afinal, premiações podem (e sempre vão) cometer erros incríveis, como em 1941, quando Como Era Verde o Meu Vale (que filme é esse mesmo?) venceu Cidadão Kane. “Perdedores” podem entrar para a história como clássicos, enquanto premiados acabam nas gavetas do (merecido) esquecimento. E isso é sempre um tema delicioso para se comentar depois de cada cerimônia.

 

Palma de Ouro (Festival de Cinema de Cannes – França)

Diante do sucesso da Mostra de Veneza, criada em 1932 e servindo de vitrine ao regime fascista instalado na Itália, o governo francês decidiu, em 1938, ter seu próprio Festival Internacional de Cinema Livre. E foi o crítico de cinema Phillippe Earlenger quem deu forma ao evento francês – que deveria acontecer já em 1º de setembro de 1939, sob a presidência de Louis Lumière. Com a invasão das tropas alemãs na Polônia, o festival foi cancelado, vindo a acontecer somente em 20 de setembro de 1946, ao final da Segunda Guerra.

 

Várias cidades se ofereceram para sediar o evento, como Aix-Les-Bains, Vichy, e Biarritz, que hoje tem seu próprio festival. Até a capital da Argélia, Argel, ainda sob domínio francês, se candidatou. Cannes foi a escolhida. Assim como os símbolos e brasões das cidades-sede de outros festivais emprestaram suas formas ao troféu, como o Urso de Berlim e o Leão de Veneza, a cidade litorânea viu sua Palma de Ouro (Palme d’Or) traduzida em ouro para a premiação. Porém, a Palma de Ouro só foi entregue ao filme vencedor do Festival pela primeira vez em 1955. Em 1962, o filme brasileiro recebeu essa honraria com o filme O Pagador de Promessas, do diretor Anselmo Duarte.

 

Outra marca desse festival é seu famoso tapete vermelho, com 60 metros de comprimento, total de 7.000 m2 e que cobre os 24 degraus do Palais des Festivals.

 

Festival Internacional de Cinema de Veneza (Mostra Internazionale d’Arte Cinematografica della Bienalle di Venezia – Itália)

Esse é o festival mais antigo do mundo, que começou sua trajetória vinculado à Bienal de Veneza em 1932. Entre 1934 e 1942, o prêmio entregue se chamava Coppa Mussolini (e o festival servia de vitrine ao fascismo no poder no país até o final da Segunda Guerra). Como o evento não foi realizado entre 1943 e 45, na sua volta, em 1946, os filmes premiados levavam para casa o Grande Prêmio Internacional de Veneza. Atualmente, ocorre entre final de agosto e início de setembro, na Ilha de Lido (às margens da Lagoa de Veneza), com a exibição dos filmes no histórico Palazzo del Cinema, no Lungomare Marconi.

 

Em 1949, surgiu o troféu Leão de Ouro, que reproduz o símbolo da cidade, o leão alado. Essa figura mitológica representa São Marcos, o navegador evangelista que se tornou padroeiro da cidade cujo nome hoje batiza a piazza mais famosa de Veneza. Ele seguia viagem de Aquiela a Roma quando, em uma parada na Lagoa de Veneza, um anjo na forma de leão alado apareceu para ele, pronunciando as palavras “Pax tibi Marce, evangelista meus, hic requiescat corpus tuum ” – “Paz a ti Marcos, meu evangelista, aqui descanse o teu corpo”. Essas palavras aparecem no livro sob uma das patas do leão.

 

Festival Internacional de Cinema de Berlim (Internationale Filmfestspiele Berlin, IFB ou ainda Berlinale – Alemanha)

Criado em 1951, por uma iniciativa do então governo de ocupação norte-americano, que “dividia” a cidade com os russos, se tornou um festival bastante diverso, com representantes de praticamente todos os cantos do mundo.

 

Assim como outros festivais, aqui também o símbolo da cidade dá forma ao troféu: e temos, então, o Urso de Ouro (Gildener Bär) e também o Urso de Prata (Silberner Bär), que premia várias categorias, como melhor atriz, ator, roteiro e o “Prêmio Especial do Júri”, que agracia o que é considerado o “segundo melhor filme do festival”.

 

O Brasil recebeu seu primeiro Urso de Ouro em 1998, com Central do Brasil (quando Fernanda Montenegro também levou o Urso de Prata como melhor atriz pelo mesmo filme), repetindo a dose em 2008, com a polêmica premiação de Tropa de Elite, que dividiu opiniões.

 

BAFTA

Assim como outros prêmios europeus, este também foi criado no pós-guerra, em 1947, pelo então British Film Academy. Inicialmente, era voltado somente à produção do próprio Reino Unido. Em 1958, após uma fusão com a Associação dos Produtores e Diretores de Televisão, ficou conhecida como The Society of Film and Television Arts, tendo como presidente David Lean.

 

Nos anos 1970, a Rainha Elizabeth entrega à entidade os direitos do documentário Família Real, que permitiu à associação ter sua primeira sede e, a partir daí, tornar-se a British Academy of Film and Television Arts. Além de reconhecer os feitos artísticos em várias categorias com obras britânicas e de todo o mundo, agraciadas com um troféu na forma da máscara do teatro, entregue em fevereiro, a academia ainda promove eventos educativos para aprimorar a ciência do audiovisual.

 

POR OUTRO LADO…

…há uma premiação da qual a maioria dos profissionais do cinema quer fugir para bem longe (enquanto alguns sabem rir de si mesmos e de suas “derrapadas” na telona recebem com muita elegância). Trata-se do Framboesa de Ouro (ou Golden Raspberry Awards), criado em 1980 pelo publicitário de Hollywood John Wilson como uma forma de mostrar que nem só de “grandes e bons filmes” vive a indústria (sua inspiração foi exatamente o monte de filmes ruins que havia visto ao longo de 1980).

 

O troféu é uma framboesa dourada (de plástico) sobre um filme de Super-8 (igualmente pintado de dourado) e cujo valor estimado é de pouco menos de US$ 5. Em sua estreia, havia premiações para as categorias Pior Ator, Pior Atriz, Pior Filme e Pior Nova Estrela.

 

Entre as premiações mais drásticas estão a de Piores do Século 20, vencidas por Silvester Stallone (ator), Madonna (atriz).

 

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