Pesquisa mostra os efeitos da pandemia na juventude brasileira

Estudo divulgado no final de junho mostra quais são os efeitos na vida dos jovens brasileiros nos campos da saúde, educação, trabalho e renda

 

Quais os efeitos da pandemia para os jovens brasileiros? Como ela afetou seus hábitos, sua relação com a educação e o trabalho, sua situação econômica e sua condição de saúde? E de que forma tudo isso impacta suas perspectivas de futuro?

 

Esses questionamentos foram a base da Pesquisa Juventudes e a Pandemia de Coronavírus, realizada pelo Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE) com 33.688 jovens de 15 a 29 anos de todo o Brasil.

O questionário de 48 perguntas foi dividido em sete blocos temáticos: Informação/Hábitos/Educação e aprendizagem/Economia, emprego e renda/Saúde e bem-estar/Contexto e expectativas/Perfil socioeconômico.

 

O dado preocupante no aspecto Saúde e bem-estar é que 70% relataram piora em seu estado emocional e 66% notaram isso em relação a seu condicionamento físico – talvez por que, como também aponta a pesquisa, 73% indicaram diminuição ou ausência de atividades de lazer e cultura, com 55% destacando efeitos inclusive na qualidade do sono.

Entre os sintomas, destacam-se ansiedade (62%), tédio (57%), impaciência (54%), sobrecarga (52%), exaustão e impotência (ambas com 50%). 51% se sentem tristes e 48% se declararam assustados e inseguros.  

 

No campo da Economia, emprego e renda, 4 a cada 10 jovens perderam sua renda – ou a viram diminuir. Isso apesar de 14% terem declarado estar trabalhando com carga horária maior – enquanto 27% pararam de trabalhar, sendo 7% por terem sido demitidos (6%) ou porque o lugar onde trabalhavam fechou (1%). Já quando o assunto é a renda familiar, o cenário é ainda pior: 5 a cada 10 declararam que a perda ou diminuição ocorreu com suas famílias.

 

Os efeitos negativos desse cenário na Educação e aprendizagem se fazem sentir: os maiores desafios apontados pelos jovens, surpreendentemente, não estão na falta de tempo ou de equipamentos e tecnologia: o impacto que prejudica a educação é emocional. E as razões vão de consequências da dificuldade para tirar dúvidas com professores sem o contato presencial (80%), da dificuldade de se organizar para o ensino a distância (72%), do medo, da ansiedade ou do estresse (70%) e da falta de um ambiente doméstico tranquilo para os estudos (63%). Isso levou quase 30% dos jovens a declarar pensar em deixar a escola. Número que aumenta para 49% entre os que planejam fazer o Enem. O pior efeito da dificuldade que sentem de estudar em casa.

 

E como os jovens imaginam que as coisas podem melhorar? Eles apontam ações que consideram muito importantes para a retomada: 96% acham que o principal é a descoberta da vacina, enquanto 85% apontam a acesso a testes como primordial – mesmo percentual dos que consideram a volta ao convívio familiar e com os amigos imprescindível. A volta ao ensino presencial foi apontado como importante por 88% dos pesquisados, enquanto 77% indicam que a volta ao trabalho e a perspectiva de voltar a ter a mesma renda (pessoal ou familiar) são também importantes.

 

A Pesquisa Juventudes e a Pandemia foi realizada em parceria com Fundação Roberto Marinho, Rede Conhecimento Social, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Em Movimento, Visão Mundial, Mapa Educação e Porvir. 

 

Para acessar a pesquisa completa, clique aqui.

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