Você sabe a diferença entre emprego e trabalho? Melhor aprender rápido…

Saímos do modelo de muitos e muitos anos empregado numa mesma empresa, com carteira assinada, para outro em que trabalhamos sem nem sequer ter um vínculo oficial com as corporações. Haverá um ponto de equilíbrio entre esses dois pontos?

 

Responda rápido: qual a maior rede de transporte urbano do mundo? Trata-se de uma empresa de tecnologia cujo objetivo expresso é conectar passageiros que buscam transporte a motoristas dispostos a  transportar passageiros. Você a conhece: Uber. Essa empresa promove esse “encontro” em mais de 700 cidades em mais de 60 países pelo mundo. Segundo dados da própria Uber, ela reúne impressionantes contingentes ao redor do globo:

 

– mais de 3 milhões de motoristas (cerca de 600 mil deles apenas no Brasil) – 93 milhões de clientes (22 milhões no País) – que realizam cerca de 17 milhões de viagens TODO SANTO DIA. E quantas pessoas, desse numeroso exército, estão empregadas na Uber? Segundo a própria empresa… 20 mil.

 

Numa conta rápida, divida 20 mil por 60 países. Dá a impressionante conta de 333,33333… funcionários por país! E o resto dos que “trabalham” com Uber? Como podem ser chamados? Associados? Agregados? A empresa chama de “parceiros”.

 

Fica claro, por esses números, que a Uber pode gerar muito trabalho para seus “parceiros” – mas quase nenhum emprego.

 

Esse modelo de “relação” suscita muitas discussões possíveis – que vão das de direitos trabalhistas, obrigações de parte a parte, garantias até responsabilidades civis e criminais. O mesmo princípio rege outro campeão novidadeiro e de audiência: o Airbnb. São 6 milhões de opções de hospedagem já utilizadas por 500 milhões de hóspedes desde 2007, quando a plataforma foi criada (seu objetivo, bem semelhante ao da Uber, é conectar viajantes que buscam hospedagem a pessoas dispostas a hospedar). Não há concierges, arrumadeiras, carregadores de malas ou qualquer outro tipo de funcionário.

 

Só não dá  para negar que esse “novo formato”, trabalho vs. emprego, é uma das opções ao fim do mundo do emprego (ou para quem ainda procura um sem encontrá-lo). Há outra alternativa para quem não consegue um novo emprego? Sim: empreender (o que rende outro texto futuro).

 

Independentemente de nossas discussões domésticas (traduzindo: a discussão da reforma da Previdência), uma coisa é certa: o tsunami que tem mudado o perfil do emprego e do trabalho no mundo é inexorável. Que nos leva à próxima questão nevrálgica do universo do trabalho: haverá espaço para todo mundo? Eis mais um bom tema para futuro post. 

 

Por enquanto, pode se deliciar (ou se assustar) com a visão do historiador, escritor e professor Yuval Noah Harari, autor dos best sellers Sapiens – Uma berve história da humanidade, Homo Deus – Uma breve história do amanhã e 21 lições para o século 21. Leia um artigo publicado por ele no final de 2018 no jornal The Guardian, intitulado “O significado da vida em um mundo sem trabalho”. Nele, Harari “profetiza” que, até 2050, deverá surgir uma nova classe de pessoas: a dos inúteis, que certamente serão substituídos pelos algoritmos e pela IA, com os quais não terão como “competir ou superar”. “São pessoas que não serão apenas desempregadas, mas que não serão empregáveis”.

 

Melhor entender a diferença entre emprego e trabalho antes de ter de se colocar num mundo em que a diferença vai ser entre ser útil ou não.

 

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