Da preparação do currículo ao processo seletivo, confira uma lista com dicas práticas para conseguir seu primeiro trabalho
“O empregador não tem pretensão de recrutar um recém-formado com larga experiência profissional. Cada vez mais as empresas querem, acima de tudo, pessoas que tenham brilho nos olhos, que falem sobre seus sonhos e que mostrem vontade de agregar”, afirma Marcelo Guedes, coordenador do curso de Administração da ESPM no Rio de Janeiro. Essa fala faz todo sentido quando se entende que as soft skills são muito valorizadas na contratação e promoção de profissionais e é isso que deve ser explorado por quem está entrando no mercado e tem pouca ou nenhuma experiência. Nesta conversa com o #TMJ, o professor listou 7 dicas para conquistar o primeiro emprego.
1. Onde buscar vagas
Basicamente, existem duas maneiras de encontrar uma oportunidade de trabalho.
> Ambiente digital
Os portais especializados na oferta e procura de vagas como Linkedin, Indeed, Catho, Trampos e Central Estágio, entre outros, substituíram os classificados de jornal e o bate pernas de entrega de currículos. “Esses ambientes ajudam a conseguir uma oportunidade, especialmente o Linkedin, que é uma ferramenta fabulosa e importantíssima para quem procura o primeiro emprego”, afirma Marcelo Guedes. Outra alternativa é entrar nos sites das empresas onde o profissional gostaria de trabalhar e verificar se há vagas de estágio ou emprego e um espaço para enviar seu currículo.
> Networking
Algumas universidades organizam feiras de profissões abertas à comunidade. Esses eventos, além de divulgarem seus cursos de graduação e de educação continuada, promovem palestras e workshops com profissionais do mercado e são uma ótima oportunidade para conhecer pessoas interessantes que podem abrir caminhos para a conquista de um emprego. Os professores da universidade onde o profissional está se formando também podem ser uma alternativa, porque muitos atuam no mercado de trabalho e pode acontecer de os docentes fazerem a ponte entre o aluno e uma empresa que eles conheçam. “Não tenha medo de pedir ajuda para o professor ou para alguém que conhece. Você está pedindo para fazer parte de uma empresa para contribuir com o que você sabe”, afirma Guedes.
2. Como montar seu currículo
Um recém-formado não tem ampla experiência para rechear o currículo, então a dica é aproveitar para listar suas habilidades e o que ele fez como estudante e cidadão. Citar onde estudou, os cursos que fez, independentemente do tipo, mostra conhecimentos variados. Apontar viagens, eventuais intercâmbios, trabalhos voluntários, atividades como líder estudantil e até prática de esportes forma um conjunto de vivências e habilidades que são observadas com atenção pelos recrutadores. Guedes destaca que nessa apresentação vale muito a pena escrever um pequeno texto em que a pessoa fale sobre seus objetivos, expectativas e sonhos com a profissão escolhida.
Para saber mais, leia O que alguém sem experiência profissional pode colocar no currículo?
3. O perfil no LinkedIn
É praticamente mandatório para qualquer pessoa que esteja no mercado de trabalho ter um perfil nessa rede. Portanto, capriche na sua apresentação. Coloque uma boa fotografia para as pessoas verem quem você é (veja 10 dicas para tirar a foto perfeita para o seu LinkedIn). “Não importa se você é feio ou bonito. Não se esconda porque a foto é importante e isso ajuda as empresas que procuram diversidade poderem selecionar candidatos. Organize todas as informações do seu currículo e poste um texto bem escrito sobre quem você é, porque todo mundo tem uma história de vida mesmo com 22 anos. Cite o que gosta de fazer, autores que aprecia e o que pretende profissionalmente, especialmente seus sonhos”, frisa Guedes.
4. Cuidado com as redes sociais
É importante entender que, embora a rede social seja um local em que uma pessoa posta conteúdo pessoal ela está se expondo publicamente e os recrutadores sempre olham o perfil dos candidatos a uma vaga. Expressões de preconceito racial e de identidade de gênero, comportamento relacionado à violência e consumo de drogas, comentários misóginos ou homofóbicos não devem constar em posts autorais ou compartilhados de outras pessoas.
Para se aprofundar nesse tópico, leia ‘Você colocaria o que posta em suas redes sociais em um outdoor?’
5. O que os recrutadores procuram
Quem oferece vaga para um primeiro emprego sabe que os candidatos não têm um currículo estrelado. Mas as empresas procuram pessoas interessadas em aprender, que tenham uma noção mínima do mercado e do segmento em que a companhia atua, que possuam uma base interessante de conhecimentos gerais e, principalmente, que cultivem sonhos e objetivos. No processo seletivo, também se destaca quem mostra conhecimento, mesmo que não seja aprofundado, sobre aspectos relacionados ao segmento em que a empresa está inserida.
6. Como se destacar no processo seletivo
Honestidade e humildade são palavras-chave para se sair bem na entrevista de emprego. Se o recrutador perguntar algo que você não sabe, diga a verdade. Isso porque não é raro o entrevistador testar o candidato, citando coisas fictícias como um livro ou autor, por exemplo. Se o candidato afirmar que conhece o que não existe ele é eliminado da seleção. Faça a tarefa de casa e estude o perfil da empresa para saber o que ela faz, como é o seu desempenho e quem são seus concorrentes. Além de dar embasamento para o candidato poder argumentar na conversa, isso cativa o recrutador porque ele quer um profissional que saiba minimamente o que é a empresa e o que está acontecendo no mercado.
7. Como se comportar na entrevista
Procure manter a tranquilidade e, literalmente, respire antes de responder ao recrutador. Não fale de maneira descontrolada, que demonstre ansiedade. Fale pausadamente e não interrompa seu interlocutor, porque a ansiedade pode pôr tudo a perder no processo seletivo. Por outro lado, cuidado para não ser arrogante e não se autoelogie. É suficiente responder o que for perguntando com segurança e conhecimento. E se não for selecionado, entenda que não foi daquela vez e que haverá outras oportunidades.
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