O futuro do jornalismo investigativo e os desafios para exercer essa atividade foram debatidos no painel O que falta nas redações para fazer menos commodity e mais jornalismo investigativo, durante o 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, realizado na ESPM São Paulo.
O debate contou com as participações presenciais de Ana Aranha, coordenadora de projetos especiais na Repórter Brasil, de Álvaro Pereira Jr, repórter especial da TV Globo, e Flávia Lima, secretária-assistente de redação da Folha de S.Paulo. E no formato online estava Marta Gleich, diretora executiva de jornalismo e esporte no Grupo RBS.
Para Flávia Lima, a cobertura do noticiário do dia a dia pode dar origem a investigações jornalísticas. “Da commodity pode sair o jornalismo investigativo. Para fazer este jornalismo é preciso de recurso, informação, pesquisa e vontade” afirmou a secretária-assistente da redação da Folha.
Ana Aranha também ressaltou a importância do financiamento para as grandes reportagens e a vocação de alguns veículos para esse tipo de cobertura. “Na Repórter Brasil não focamos na repercussão, mas sim, no tipo de jornalismo que queremos produzir. Claramente, nas redações que existe financiamento é mais fácil produzir a prática jornalística e ter espaço para o jornalismo investigativo”, comentou a coordenadora de projetos especiais na Repórter Brasil.
Álvaro Pereira ressaltou que além dos recursos financeiros, o jornalista investigativo precisa de liberdade para fazer seu trabalho. “Para fazer o jornalismo investigativo é preciso de recursos, de trazer bons temas e ter independência editorial. Não adianta ter recurso e não poder produzir esse tipo de jornalismo”, avaliou Álvaro Pereira Júnior.
No debate, os palestrantes também falaram sobre o jornalista investigativo sofrer pressões diárias, principalmente da parte de instituições governamentais e empresas. “Nós já tivemos que tirar alguns jornalistas de rota, proteger seus familiares e até trocar os mesmo de estado, porque todo dia era uma ameaça de morte diferente”, contou Marta Gleich, diretora executiva de jornalismo e esporte no Grupo RBS.
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