Especialista explica que o ideal é optar por segmentos relacionados ao curso do aluno. Conheça algumas opções e veja como escolher sua causa
“Habilidades adquiridas por meio de trabalho voluntário são valorizadas por recrutadores e devem ser inseridas no currículo”. A afirmação é de Fred Lucio, antropólogo e coordenador da ESPM Social em São Paulo, agência de voluntariado da faculdade.
Desde que a ONU escolheu 2001 como o ano do voluntariado, o universo corporativo começou a se mobilizar para se alinhar a essa proposta, e as empresas perceberam os ganhos desse tipo de trabalho para o indivíduo e as corporações. Por isso, um currículo que atesta trabalho voluntário pode ter um peso significativo em um processo seletivo.
Benefícios do voluntariado para estudantes
Por meio do voluntariado o estudante trabalha competências que muitas vezes não são desenvolvidas nos cursos tradicionais. Uma delas é a liderança cooperativa, que estabelece empatia nas relações. Outra habilidade é a capacidade de trabalhar com situações de exceção, ou seja, lidar com o que é imponderável e não está previsto no planejamento e se adaptar diante das dificuldades.
“Existem outros ganhos do voluntariado, mais previsíveis, que é ampliar a conexão das pessoas com a realidade que elas estão vivendo, além da aplicação prática do que o estudante aprende em sala de aula em benefício da sociedade”, explica Fred Lucio.
Além da possibilidade de empregar conhecimentos específicos de uma determinada área profissional, a maior contribuição da realização do trabalho voluntário, principalmente no período universitário, é o desenvolvimento das soft skills.
Tipos de trabalho voluntário
Existem diversas possibilidades de trabalho, especialmente quando o estudante busca projetos ou locais alinhados com o curso que está fazendo. Veja alguns exemplos:
Alunos de Comunicação e Publicidade ou Jornalismo podem auxiliar no marketing e comunicação de ONGs, cuidando das redes sociais, criando campanhas ou fazendo divulgação para imprensa. Designers e estudantes de Cinema e Audiovisual podem produzir animações e conteúdos em vídeo para promover e divulgar projetos. Estudantes de Relações Internacionais podem colaborar nas relações institucionais e captação de recursos. Futuros administradores podem ajudar em tarefas administrativas para manter a ONG operando. Estudantes de Ciências de Dados podem auxiliar com a construção e análise de bancos de dados.
Como escolher uma causa
Escolher o tipo de voluntariado é uma questão muito pessoal, mas Fred explica que primeiro é necessário entender o que são causas sociais e seu público-alvo. Por exemplo: idoso é público-alvo e a causa pode ser saúde, educação ou inclusão tecnológica. É interessante o estudante mapear com o que ele se identifica, qual é a causa e qual é o público.
As áreas que mais mobilizam são as que veem a questão ambiental como uma mudança de qualidade de vida. “Pensar na qualidade da água, do ar e dos alimentos, por exemplo, é bem forte nas periferias. Entre as pessoas de classe média e média alta há uma preocupação com as dimensões globais do consumo como um todo”.
Exemplos de aplicação do conhecimento
Alguns estudantes da ESPM ajudam pequenos comerciantes em comunidades de baixo IDH a desenvolverem seus negócios com base nas ferramentas aplicadas em grandes empresas – dessa maneira, o microempreendedor aprende a trabalhar como os grandes. “Não se pensava que uma faculdade de negócios poderia ter uma ação social usando os conceitos e as ferramentas que a gente usa aqui dentro”.
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