‘Don’t F**k With Cats’: uma série sobre nerds justiceiros, gatinhos e um psicopata

Produção documental da Netflix revela a regra de ouro da internet: não mexa com gatinhos

 

Por Isabelle Aiko Nakazato

 

A internet é como o espaço sideral: diversa, incontrolável e instável. É onde você pode encontrar vídeos de cachorrinhos fazendo malabarismos ou pornografia envolvendo tentáculos. Mas todos que já deram um clique na vida sabem das infinitas possibilidades que a web oferece, a questão é: Qual conteúdo é inaceitável? O que supera qualquer tipo de limite até para os hackers mais criminosos do mundo? A resposta é bem mais simples do que você imagina, e bem menos violenta. O intolerável é mexer com gatos!

 

É isso que Don’t F**k With Cats: Uma Caçada Online mostra para nós telespectadores com uma história que é tão intensa que parece ter saído diretamente de um livro de investigação policial, mas nem os autores mais criativos do mundo poderiam pensar em algo tão bizarro. O documentário tem três episódios de, mais ou menos, uma hora, que explicam como um grupo de nerds querendo justiça pelas vidas de gatinhos estrangulados acabou ajudando (e até superando) as investigações para capturar um serial killer.

 

Tudo começa com um vídeo denominado “um menino, dois gatinhos”. Um homem aparece e mostra dois gatinhos filhotes em cima da cama, e a expectativa de todos é que ele vá fazer alguma coisa fofa ou engraçada com eles, mas não é isso que acontece. A cena grotesca de violência contra os gatos que se segue gerou indignação online, afinal, quem seria capaz de ser tão cruel COM GATINHOS? O que o autor do vídeo não sabia é que esse seria o início de seu final.

 

Os tempos de vida online são estranhos, e não é a primeira vez que a Netflix tenta representar isso. Black Mirror, Love Death + Robots e muitas outras produções são a prova disso, mas nenhum chega perto de Don’t Fuck With Cats, por mais que tenham muito mais ação e efeitos especiais. Afinal, por mais que sejam assustadoramente parecidos com a nossa realidade, todos são ficções. O mais sinistro do documentário é que não é um filme de terror, uma série pós-apocalíptica ou qualquer coisa do tipo, ele é o que está descrito: um documentário sobre algo que realmente aconteceu com pessoas de verdade, não personagens imaginários. Uma pessoa foi assassinada, gatinhos foram sufocados e o sangue que está no vídeo não vem de um tubo de plástico, e sim de um ser vivo. Mas, assim como o vilão é verdadeiro, os heróis também são.

 

Uma característica inegável da internet é o seu poder de dar voz para aqueles que jamais conseguiriam ser escutados. Um grupo de pessoas normais em um grupo do Facebook conseguiu reunir mais provas para a prisão do assassino do que as polícias canadenses de Montreal e Ontário. Foram esses anônimos escondidos por trás da tela que conseguiram parar esse assassino.

 

O que podemos com certeza retirar do documentário é o quanto uma motivação em comum, como uma injustiça, pode fazer um grupo de pessoas que quase não tem nada em comum realizarem feitos fantásticos com o auxílio da web. Foi um bando de nerds, que poderiam ter sido eu ou você, que impediram que um assassino continuasse a solta, só com alguns cliques e a vontade de vingar as mortes de gatinhos.

 

 

Conteúdo originalmente publicado no Newronio, blog escrito pelos alunos do Arenas ESPM, agência experimental do curso de Publicidade e Propaganda da ESPM.

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