Bom humor, informações rápidas e bastidores da notícia. Confira como veículos nacionais e estrangeiros estão atuando na rede social de vídeos curtos
TikTok. Devido à enorme quantidade de downloads, com exceção dos jogos esse é o aplicativo que proporcionou a maior rentabilidade no mundo no primeiro semestre de 2021, segundo dados publicados pelo Sensor Tower, empresa especializada no mercado de apps. Desde que foi lançado em 2016 o aplicativo da chinesa ByteDance já teve mais de 3 bilhões de instalações globais e provavelmente a maioria das pessoas já viu um vídeo produzido nele, mesmo que em outras redes sociais.
No Brasil, o TikTok se popularizou com a pandemia e até parecia fazer parte dela, dada a velocidade com que se disseminou entre as pessoas. De uma hora para outra, vídeos curtos de dancinhas, memes e uma centena de aspirantes a comediante tomaram conta dos feeds e até hoje fazem sucesso.
Para Adriane Holanda, professora de Publicidade e Jornalismo da ESPM-Rio, embora a plataforma seja voltada para entretenimento há espaço para conteúdo jornalístico moldado para os jovens, que são seu maior público. “As gerações Z e Y são tecnológicas e os bebês da Alfa nasceram com o celular na mão. Elas não identificam a TV como meio de comunicação. O celular, o tablet e o computador são as plataformas de informação deles.”
No ano passado, diante da onda de fake news sobre o coronavírus e as vacinas, os jornais e telejornais se dedicaram a uma espécie de catequese dos usuários do TikTok, orientando os jovens a desconfiarem do que liam a respeito desses temas. “Vi muitas campanhas para conscientizar o público que consome informação e não sabe de onde vem, com vídeos que explicavam sobre a importância de fazer checagem de notícias e ter cuidado ao compartilhá-las”, conta.
Quando uma empresa jornalística se propõe a estar nessa plataforma ela molda a informação para chamar a atenção das pessoas. “O conteúdo é adaptado à trend do momento, é construído com base no assunto do dia”, explica Adriane, acrescentando que o bom humor também é uma característica de quem publica no TikTok. “Os veículos de comunicação entram na brincadeira para entregar um conteúdo que faça as pessoas rumarem para seus perfis mais tradicionais.”
Confira a seguir como alguns veículos nacionais e estrangeiros estão atuando na rede social de vídeos curtos:
A emissora costura takes de bastidores de programas e reuniões de pauta da equipe de telejornalismo, com vídeos engraçados de notícias de interesse geral e também aproveita a plataforma para publicar vídeos de pessoas desaparecidas.
O forte do UOL no TikTok é o entretenimento a partir de notícias um pouco inusitadas, como a capivara que atacou um mergulhador, mas há espaço para esclarecer fake news e comentar os assuntos do dia que tiveram grande repercussão nacional.
Parte do conteúdo da emissora foca em minibiografias de músicos, escritores, atores e outras celebridades. Outro destaque são os trechos de programas e os vídeos educativos, que aproveitam temas quentes para explicar, por exemplo, o que é prevaricação ou cringe.
Esse é o perfil para quem quer ficar por dentro das checagem de fatos. Mas não só isso. O perfil da agência também abre espaço para mini reportagens que dão a informação correta e educam acerca de temas que foram alvos de notícias falsas.
O jornal norte-americano é fiel ao propósito da plataforma, de gerar entretenimento para as pessoas rirem. Em vez de notícias sérias, os jornalistas informam seus seguidores produzindo vídeos de comédia.
O humor britânico é algo singular e os habitantes da Grã Bretanha se orgulham dele como um patrimônio nacional. No TikTok da BBC inglesa, a comédia dá o tom, com trechos engraçados de entrevistas de diversos programas.
O Le Monde é um dos principais jornais da França e trata a notícia como gente grande, mas usa recursos como imagens gráficas e legendas para tirar o peso da seriedade dos assuntos abordados.
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