Conversamos com Guillermo García Carsí, criador de ‘Pocoyo’, sobre o desenho que faz sucesso com o público infantil e seu novo projeto em uma empresa que ensina inglês com desenhos animados
O #TMJ bateu um papo exclusivo por e-mail com Guillermo García Carsí, criador de Pocoyo, animação infantil lançada em 2005 que até hoje encanta a criançada. Além do premiado desenho, o roteirista também falou sobre seu novo trabalho como diretor criativo da Lingokids, empresa que usa desenhos animados interativos para ensinar inglês. Se liga:
O que te inspirou a criar Pocoyo? Quais lições você quer ensinar às crianças com esse desenho?
Não houve um evento ou momento especial na minha vida que me inspirou a criar Pocoyo. Queria fazer uma espécie de “Chaplin para crianças”, algo que é simples e engraçado, mas ao mesmo tempo tem um senso de humor inteligente. Queria criar algo que fosse o oposto de Teletubbies, algo que fosse totalmente diferente dos programas pré-escolares e desenhos que eram famosos naquela época. As lições que quero ensinar as crianças são aquelas típicas que você aprende na idade escolar, como não ser egoísta.
Como você se conecta com as crianças para escrever os roteiros?
Humor e personalidade são os principais caminhos. Não acho que existe um caminho diferente para conectar adultos e crianças.
Quanto tempo é necessário para produzir um episódio?
Provavelmente um mês, mas isso depende de cada episódio.
Quais são os desafios em fazer um programa para crianças? Você precisa tomar algum cuidado especial?
Não acho que existem muitos desafios diferentes quando se está produzindo um programa para adultos ou crianças. Acima de tudo, a história precisa ser atrativa e interessante para as pessoas. Claro que quando está produzindo um programa infantil você precisa ter em mente que os personagens não podem fazer ou dizer algumas coisas que não são apropriadas para certas idades. Mas na maioria das vezes, isso é uma questão de bom senso. Em geral, o que você precisa levar em conta é que precisa contar uma boa história com bons personagens. As crianças são pequenos humanos e não são tão diferentes dos adultos. Acho que tratá-las com tom de superioridade não é bom.
Conheço muitos pais que assistem ao Pocoyo com seus filhos. Você também pensa neles quando está criando um episódio?
Naturalmente, quando estou criando esses episódios, assim como quando estou criando qualquer conteúdo para crianças que os pais podem assistir juntos. Tento pensar no que eu gostaria de assistir.
Pocoyo é hoje muito mais do que um programa de TV. O que mudou para você como criador quando o desenho se tornou também um negócio?
Não muito. Eu estive presente apenas nas duas primeiras temporadas e não percebi nenhuma mudança nesse sentido.
Poderia explicar um pouco seu projeto na Lingokids? Como você se envolveu nesse trabalho?
Cristóbal Viedma, CEO do Lingokids, gostava de Pocoyo e queria saber quem estava por trás da parte criativa do programa. Começamos a conversar e fizemos um workshop. Nos demos muito bem e conversamos sobre redesenhar os personagens e criar séries animadas. Me encontrei com a equipe, começamos redesenhando e agora estamos criando essas histórias. É um projeto muito empolgante e estou muito feliz de fazer parte disso.
O que o Lingokids tem em comum com Pocoyo?
Primeiramente, os personagens principais são parecidos. Por exemplo, Pocoyo é como o palhaço irracional, o personagem engraçado. É tipo a Lisa, que é a artista, meio maluca. Enquanto Billy o Pintinho é sério e racional, como o Pato. E claro que temos um novo personagem, o robô, que é muito original. Além do inglês, queremos que as crianças aprendam valores importantes para a vida.
Quais são os desafios e oportunidades de trabalhar com animação na Espanha?
Acho que não apenas na Espanha, mas no mundo em geral estamos vivendo uma era de ouro para a animação e conteúdo em geral.
LEIA TAMBÉM:
Cinema e Audiovisual: tudo o que você precisa saber sobre a graduação
Quiz: teste os seus conhecimentos sobre cinema
Cinema e Audiovisual: 6 coisas que você aprende na graduação