Em conversa com o #TMJ, Giovanni Salvador, fundador da Bossabox, falou sobre os desafios do empreendedorismo e revelou os próximos passos de sua startup, que recebeu um investimento de R$ 1,6 milhão e foi avaliada em R$ 12 milhões
“É preciso saber desde o começo que não vai ser uma jornada fácil.” A dica para quem sonha em empreender é de Giovanni Salvador, 24 anos, cofundador da Bossabox. O jovem empreendedor, formado em Marketing pela ESPM, conversou com o #TMJ sobre a startup que criou com colegas universitários, e revelou os desafios do empreendedorismo. “É um caminho árduo”. A Bossabox, plataforma que conecta clientes a desenvolvedores de software, passou pela Incubadora de Negócios da ESPM.
O que é a Bossabox? Que problemavocês resolvem?
A Bossabox funciona como uma solução completa para desenvolvimento de produtos digitais. Hoje temos uma rede de cerca de 7 mil profissionais que estão cadastrados em todos os estados do Brasil. Esses profissionais se qualificam através de nossa plataforma, fazem testes e passam por entrevistas, em que são analisadas competências técnicas e comportamentais. Quando fechamos um negócio, os recrutamos para que construam produtos digitais para empresas.
De quais áreas são esses profissionais?
Basicamente, são gerentes de produto, líderes de tecnologia, designers de produto e desenvolvedores.
Como surgiu a Bossabox?
Trabalhei alguns anos em uma consultoria de tecnologia que pertencia ao meu pai, e ao entender a dinâmica dessas empresas percebi a ineficiência do setor de TI no geral. Percebi que não conseguiam entregar valor para o negócio, e sim linhas de código. Era uma estrutura muito cara, muito overhead, uma metodologia antiquada (watefall) e com incapacidade de escalar e ser eficiente. Apesar de entregar tecnologia para os clientes, esse setor não utiliza tecnologia para melhorar. Muitas empresas de software não usam dados, não constroem produtos para melhorar sua performance e utilizam ferramentas limitadas.
Recentemente, a Bossabox recebeu um investimento de R$ 1,6 milhão da Redpoint Ventures. O que
muda no negócio de vocês a partir de agora?
Fomos gerando receita, investindo no próprio negócio até conseguir o primeiro milhão. A partir disso, levantamos dinheiro com outros investidores para acelerar o nosso processo de crescimento. Levantamos esse aporte para investir em produto e tecnologia. Nosso objetivo é tornar a Bossabox a melhor solução para desenvolvimento de produtos digitais do Brasil.
Que dica você daria para jovens que sonham empreender?
É preciso saber desde o começo que não vai ser uma jornada fácil. Os jovens não devem cair no conto de empreendedor que a mídia vende: ‘O Mark Zuckerberg é um cara muito novo que ficou bilionário’. Empreender é um caminho árduo. Como disse Ben Horowitz [um dos empreendedores mais respeitados do Vale do Silício], o empreendedor deve cuidar das pessoas, dos produtos e dos lucros. E tem que trazer pessoas que estejam alinhadas com os valores da empresa, que vão trabalhar pelo melhor de todos e não só pensar em resultados individuais.
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Muitos jovens que querem empreender não sabem se devem ou não cursar uma universidade. Como
alguém que começou a empreender na universidade, o que você pensa sobre isso?
Acredito que o processo de aprendizagem tem que ser mais provocativo do que passivo como é hoje. Se você for cursar uma universidade, aproveite não só o conhecimento que ela vai te gerar, mas também todo o processo que você vai passar. Não dependa apenas da faculdade para adquirir conhecimento, e aproveite para conhecer pessoas e ter acesso a uma rede de mentores.