A avalanche de informações que nos inundam 24 horas por dia pode criar uma perigosa ilusão de conhecimento
Já pensou na maratona informativa que é sua vida?
Assim que a acorda, entra automaticamente numa roda-viva acelerada que nos soterra de informações: mensagens e notícias compartilhadas de amigos e familiares enviadas pelo WhatsApp, pelo TikTok, pelo Twitter ou pelo Facebook; notícias propriamente ditas, que nos chegam pelas newsletters que assinamos ou pelos apps de jornalismo, como os de rádios, TVs, jornais e revistas; caso saia (afinal, estamos em pandemia…), muitos prédios comerciais e residenciais já têm pequenas telas nos elevadores, corredores, garagens – parecidas com as que hoje estão também nos metrôs, ônibus e trens. Agora projete tudo isso buscando sua atenção até a hora que você for dormir…
A palavra que melhor exprime a sensação é a já batida “avalanche” – pois estar soterrado em informação pode ser uma das sensações mais comuns. Mas talvez, mesmo sendo a mais fácil de identificar, não seja a pior de todas. Eu, particularmente, acho mais mortal a confusão que o excesso faz entre estar “farto” e estar “informado”.
Para mim, é a mesma diferença entre comer três pacotes de biscoito recheado, que certamente vai encher seu estômago e dar sensação de saciedade, e estar realmente alimentado. Com informação é a mesma coisa.
Não basta saber que está chovendo – é preciso entender que tipo de chuva é, quanto vai durar, quais os estragos potenciais, como se proteger etc. Não basta apenas “ler o título” que te conta que está chovendo.
Pense em um tema mais sensível para sua existência. Digamos… Vacinas contra Covid-19. Você pode saber que são duas doses. Mas sabe qual o tempo entre a primeira e a segunda? O tempo é o mesmo para as duas vacinas disponíveis no Brasil? E olha que nem vou entrar na questão da verdade e das fake news…
Viu? Você tem a sensação de “saber” tudo – mas não sabe, na verdade.
Como se prevenir dessa verdadeira síndrome desses tempos de excesso de informações? Simples: comece a se preocupar com o que consome de informação da mesma forma que se preocupa com o que come: leia o “rótulo”, entenda quais são os “ingredientes”, “quem” preparou o que vai “alimentar” você de informações… Você já sabe como fazer…