Já disse obrigado hoje?

Não quero dizer simplesmente falar a palavra automaticamente, mas realmente agradecer – algo que parece ter saído de moda

 

“O que significa ‘sens’, que vocês brasileiros falam o tempo todo?”, me perguntou um amigo inglês, jornalista que havia se mudado para uma temporada no Brasil como correspondente. Sem fazer a menor ideia do que ele estava falando, resolvi investigar. E ele me explicou que ouvia essa estranha expressão geralmente no metrô ou em lugares cheios. Caiu a ficha: era como ele entendia o nosso “com licença” – dito tão automaticamente que, além da falta de dicção, sofre com a falta de significado. É apenas dito, como uma obrigação social – e não um real pedido de passagem.

Claro que rimos muito da situação – assim como outras tantas confusões que ele vivenciou por aqui (como o exemplo do nosso “puxe”, que é um falso cognato com o oposto “push” do inglês…). Mas, certa vez, nos pegamos debatendo o automatismo de determinados comportamentos que, a exemplo de repetir uma mesma palavra com insistência até ela perder o sentido, vira, digamos, nada.

Agradecer é uma dessas “convenções sociais” que, para muitos, caiu em desuso. Em nome de um “mas é seu trabalho, sua obrigação”, não é raro alguém que é servido numa padaria ou um restaurante simplesmente não esboçar nem um “obrigado” automatizado. Ou, no trânsito, diante da gentileza de alguém parar para o outro passar, não receber sequer um aceno de mão ou um toque na buzina.

Confesso que sou um chato com esse assunto. Já fui alvo de olhares pouco amigáveis de estranhos a quem, por exemplo, fiz alguma gentileza casual, como segurar a porta do elevador – apenas por eu ter devolvido um genuíno “de nada” a um “obrigado” que não recebi.

Claro que, se pararmos para pensar, teríamos de dizer obrigado (realmente agradecendo) quase que o dia inteiro. Então… que assim seja! Será o que pode tornar o cotidiano um lugar menos árido do ponto de vista humano.

Depois de retomar esse velho costume, talvez possamos partir para práticas avançadas, reintroduzindo o por favor, o “sens”, o bom dia-boa tarde-boa noite…

 

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