8 dicas para evitar a invasão de seu celular e a exposição dos seus dados

Conversamos com um especialista em ciência da computação e inteligência artificial para entender quais são os erros mais comuns que deixam os usuários em situação vulnerável na internet

 

Apps maliciosos, ataques hackers, exposição de dados pessoais. Você nunca deve ter ouvido tanto sobre esses temas quanto nas últimas semanas – em que supostos hackers de Araraquara invadiram smartphones de políticos e membros do judiciário brasileiro.

 

Para te ajudar a evitar situações que te deixem vulnerável na internet, conversamos com Humberto Sandmann, professor de tech da ESPM. Confira a seguir algumas dicas do especialista em ciência da computação e inteligência artificial que vão te ajudar a proteger os seus dados pessoais:

 

1 – Apps com brincadeirinhas podem ser perigosos

De acordo com Sandmann, até mesmo uma brincadeira, aparentemente inofensiva, como a do app de envelhecimento, pode te colocar em risco. “Eles usam aquilo como uma isca para você colocar sua foto. Assim conseguem um reconhecimento biométrico de você e ainda aperfeiçoam a tecnologia deles”, diz o especialista. “Eles também têm acesso ao seu email e aos seus contatos. Ou seja, sabem quem você é e quem são os seus amigos. Isso pode ser usado, por exemplo, para fazer propaganda dirigida. Nós ficamos com a parte de fazer piada com os amigos e eles com a monetária.”  

 

2 – Coloque senha para abrir seus apps

Autenticidade e autorização são duas palavras chave quando o assunto é a segurança de aplicativos, como WhatsApp e Telegram. De acordo com Humberto, esses apps costumam verificar se você é você (autenticação) por meio de seu número de telefone. “O app manda um SMS ou te liga para confirmar se aquele número é realmente seu”, explica o acadêmico. Mas se alguém clona o seu chip, algo que o professor diz ser bastante comum, o seu número passa a ser também da outra pessoa. “Por isso, é indicado colocar uma contrassenha [verificação em duas etapas]. Se alguém clonar o meu telefone, para abrir o WhatsApp terá que digitar uma senha (autorização) que só está comigo.”

 

3 – Evite senhas óbvias e as troque com frequência

“Geralmente as pessoas mais próximas são as mais perigosas para violação de privacidade. Porque muita gente costuma colocar senhas óbvias, como data de aniversário, nome do cachorro, dos pais ou cor preferida”, comenta Humberto. De acordo com o especialista, quanto mais importantes as informações naquele dispositivo, app ou site, mais forte precisa ser o seu password. “Só tome cuidado para não criar uma senha muito elaborada que você não consiga se lembrar e precise anotar e deixar em um papelzinho na carteira.”

 

4 – Atenção às permissões pedidas por apps

Segundo Sandmann , é fundamental que o usuário se atente se os acessos que os aplicativos solicitam fazem sentido com o serviço que oferecem. “Você quer bater uma foto, o app pede para acessar sua câmera. Têm sentido? Tem, né. Mas se quero tirar uma foto e o app pede para acessar os seus contatos, isso não faz o menor sentido.”  

 

5 – A internet é um ambiente público

O professor alerta que as redes sociais equivalem ao espaço público. Por isso, as pessoas devem analisar bem o que publicam por lá. “Uso como exemplo o Instagram, onde as pessoas postam fotos de sunga e biquíni. Você andaria de biquíni ou sunga na praça de uma cidade? Acho que isso é algo que deve ser ponderado”, sugere o especialista. “Além disso, tudo o que é publicado online fica para a eternidade. Os jovens daqui um tempo vão estar no mercado. Se alguém der um Google no seu nome, o que vai encontrar ao seu respeito? É algo a se pensar”.

 

6 – Cuidado com as amizades virtuais

“Tenho uma política pessoal de não ter pessoas que não conheço pessoalmente em minhas redes sociais”, diz o acadêmico. “Você nunca sabe qual a intenção de quem está por trás de um perfil fake. Por isso, sugiro que não confie em pessoas que você nunca teve um contato olho no olho”.

 

7 – Não deixe outras pessoas fuçarem no seu celular

Humberto alerta que as pessoas devem também tomar muito cuidado com quem acessa os seus dispositivos físicos. “Muito cuidado com o celular. O acesso físico é o mais crítico”, afirma o especialista. “Se você deixa o computador logado com o WhatsApp web aberto, por exemplo, alguém pode tirar uma foto e ter um espelhamento de suas mensagens”.

 

8 – Nada é de graça

Estamos acostumados a não pagar por aplicativos e serviços na internet. Mas no ambiente digital também não existe almoço grátis. Humberto explica que quem utiliza serviços de armazenamento em nuvem, por exemplo, pode estar pagando pelo serviço com os próprios dados. “Tudo é contrato. O que estou cedendo para a outra parte? No caso do Google Fotos, por exemplo, estou cedendo a minha identificação pessoal biométrica, de maneira que eles possam identificar com precisão quem sou e por onde ando”.

 

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