Hoje em dia, não faz nenhum sentido perguntar a uma criança o que ela quer ser quando crescer – pois essa será uma pergunta aberta para sempre nas nossas vidas profissionais
Está morta e enterrada hoje a ideia de que, ao escolher uma carreira no formulário do vestibular, está resolvido para sempre o cruel dilema “o que você vai ser quando crescer?”. E por vários motivos.
O primeiro deles diz respeito à pressão que esse tipo de questionamento gera em um jovem que, convenhamos, não tem condições de decidir o rumo de uma vida toda ainda na adolescência. Por mais que as escolas se esforcem para aplicar testes vocacionais e até tentem de verdade apresentar as opções de carreiras, o conhecimento que os jovens terão sobre elas nem de longe será suficiente para a tomada de decisão.
Outra razão para a aposentadoria da pergunta tem a ver com o fato de que muitas das profissões ditas clássicas (ou ao menos com mais tempo de voo) estarem em pleno processo de transformação total – quando não de extinção. E há ainda uma terceira: a fluidez com que as pessoas lidam com suas carreiras, levando alguém a simplesmente experimentar muitas profissões distintas ao longo da vida.
Dessa forma, alguém que abraçou o Jornalismo, por exemplo, pode enveredar pelo campo da economia, do marketing ou até mesmo de outros caminhos mais surpreendentes. E como isso é possível? Seja por “acasos” da carreira, como ir trabalhar em uma empresa que abre novas trilhas, ou por escolha, como investir em uma especialização ou uma nova formação (o que os especialistas têm chamado de lifelong learning).
Por isso, é importante saber que, na hora de escolher o curso no vestibular, surge mais uma “pressão”: identificar qual trilha permitirá (ou facilitará) uma eventual guinada ou as inevitáveis novas carreiras que, certamente, surgirão no caminho?
Como lidar com essas demandas? Não tem mágica… O melhor que um jovem destes tempos pode fazer é aliviar tudo isso considerando “o que realmente gosta”, com igual importância ao lado de questões como mercado de trabalho, remuneração e outros quesitos mais objetivos. Isso, certamente, continuará a iluminar o caminho na hora de decidir o que vai ser quando crescer pela segunda, terceira, quarta vez…
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