Ah, as memórias afetivas…

Com a velocidade como as coisas mudam, já dá para sentir saudades de um monte de coisas – mesmo que você tenha 15 ou 25 anos


“Nossa, eu lembro disso!” “Isso tem gosto de infância…” “Eu tinha um desse!” Pouco importa a idade. Pode ser 15 ou 100 (se a memória permitir): pode ser um cheiro, um sabor, um objeto, um brinquedo, uma música, um filme… Todo mundo (literalmente) guarda dentro de si pequenos tesouros capazes de nos transportar para um tempo, um lugar, uma situação, uma emoção, uma lembrança.


Geralmente, essas memórias são as da infância, quando tudo estava por ser descoberto por nós. E só depois que crescemos nos damos conta de quão valioso é poder experimentar todos os dias um monte de “primeiras vezes”. Elas nascem de experiências de afeto. E todas essas lembranças, edulcoradas por nossas mentes “traiçoeiras”, que nos fazem acreditar que “tudo era melhor naquela época”. Pode até ser que sim.


Eu, por exemplo, do alto dos meus 56 e tantos anos, fui uma criança entre os anos 60 e 70. Claro que, objetivamente, sei que a vida é melhor hoje: não vivemos uma ditadura, temos muito mais tecnologia para enfrentar as agruras da vida (nem imagino como poderia sobreviver à pandemia que nos afeta hoje lá em 1969 ou 1970). Mas havia no ar essa eletricidade da descoberta (calma: esse sentimento é comum a todos os nascidos em todas as décadas). Tive a sorte de ter sido brindado (eu e minha geração) com muitas obras cinematográficas e de TV que abordaram o período da minha infância. E me vejo em cada episódio. A que mais me marcou/emocionou, e até hoje tem esse poder, foi a série Anos Incríveis. Se eu fosse os criadores dessa série, faria uma versão dela para as crianças dos anos 80, 90, 2000…


Há tanta coisa que habita o inconsciente coletivo de cada geração que haveria assunto para essas séries de cada década. Imagino que, assim como a chegada do homem à Lua, que me faz lembrar de meu pai e eu diante da TV, hipnotizados, a ideia da clonagem da ovelha Dolly ou a própria chegada da internet serviriam como pano de fundo para uma série. Se eu tivesse nascido nessas décadas, já começaria um movimento para que se criassem essas séries.


Não, não se trata de “coisa de velho”: é isso que nos torna jovens, adultos ou maduros felizes de voltar a ser crianças.  

 

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