O curso é recente, a profissão idem, mas há um interessante universo de possibilidades de trabalho. Conheça algumas
Já se perguntou o que faz quem se forma em Ciências do Consumo e como é o mercado de trabalho? Até um passado recente, quem buscava um profissional formado em Ciências Humanas e Sociais sentia falta de um gestor que tivesse uma bagagem de conhecimentos mais profunda, com perfil crítico e que fosse mais bem preparado para as constantes e velozes atualizações do mercado. “Muitas empresas de pesquisa contratavam cientistas sociais clássicos, dotados de um bom perfil argumentativo, mas sem formação de mercado, de gestão e de pesquisa”, diz Tiago Pereira Andrade, coordenador do curso de Ciências do Consumo da ESPM.
De cinco anos para cá surgiu no Brasil a formação em Ciências do Consumo, que oferece ampla bagagem de conhecimento ao englobar disciplinas como Sociologia, Antropologia, História, Ciência Política, Psicologia, Gestão e Marketing. Dessa maneira, a graduação habilita um multiprofissional com versatilidade para atuar em diversos segmentos.
De acordo com Andrade, a grande maioria das pessoas com essa graduação trabalha na área de pesquisa de mercado, consumer insights, terceiro setor e moda, entre outros segmentos. “Por se tratar de uma profissão nova, as possibilidades de atuação e a determinação de cargos ainda estão em construção”, diz. Para você entender em que nichos isso pode ser aplicado, o professor explica quais são os três pilares básicos das Ciências Sociais e de Consumo.
Pesquisa de Mercado e Pesquisa Social
Institutos que analisam as tendências são contratados por empresas para fazerem um estudo do seu desempenho perante os consumidores. Quem é do setor da moda, por exemplo, se vale desse trabalho para avaliar uma coleção ou proposta de nicho de marca – como a Forever 21, direcionada majoritariamente à comunidade LGTBQIA+. O profissional da área também estuda o desempenho da cadeia de consumo de empresas, fornecendo material para mudanças de estratégia ou reflexão acerca dos meios de produção quando uma marca sofre boicote porque usa mão de obra escrava, como a infantil adotada da extração de cacau na Costa do Marfim.
Tecnohumanismo
Essa área se refere à forma como as pessoas se relacionam com os avanços tecnológicos – inteligência artificial como a Alexa e outras realidades e tendências tão bem retratadas na série Black Mirror – e interpessoalmente em redes sociais e aplicativos de namoro. Aqui o profissional lida, literalmente, com os estudos e percepções que os indivíduos têm como consequência da relação virtual e do convívio com a inteligência artificial. O Tecnohumanismo trabalha com dados e dados são o petróleo do mundo contemporâneo.
Diversidade e Inclusão
Há muito espaço para gestores trabalharem com diversidade nas empresas de maneira realmente eficiente e inclusiva. O graduado lida com as diferenças, rompendo preconceitos e limitações relacionadas às questões étnicas, aos membros das comunidades LGTBQIA+, às PCDs (pessoas com deficiência física), ao etarismo e à xenofobia. A atuação desse profissional no setor de marketing de uma empresa pode evitar saias justas como a enfrentada pela confecção espanhola Zara em 2014, que lançou um pijama infantil que remetia ao uniforme usado pelos judeus nos campos de concentração da Segunda Guerra.
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