Confira uma lista com longas clássicos sobre a sétima arte para curtir durante o período de isolamento
Qualquer pessoa que está em alguma rede social (ou seja, todo mundo) já recebeu ao menos uma vez este apelo de amigos: “dicas de o que assistir? Séries, filmes, etc. Já vi tudo que era legal…”.
Uma saída pode ser fazer listas temáticas de filmes feitos para a telona de um determinado tema para maratonar. Além de aumentar as chances de você curtir, certamente pode dar uma lustrada na sua cultura de títulos clássicos.
Aqui, começamos com 10 dicas de filmes clássicos, verdadeiras declarações de amor ao cinema – tema central de cada um deles, mas sob aspectos tão diversos quanto o triste fim de carreira de atores mais velhos, bloqueios criativos de roteiristas e até uma ode apaixonada à sétima arte. A lista está em ordem alfabética (e não de qualidade ou importância). Boa maratona!
A noite americana (La nuit américaine, 1973)
O diretor François Truffaut, sinônimo do movimento Nouvelle Vague francês, traduziu toda a sua paixão pelo cinema em um filme que desnuda amores, desafetos, loucuras de personagens encantadores e o processo de trabalho nos bastidores das filmagens de um longa-metragem. Curiosidade: o nome do filme é um jargão do meio cinematográfico para um efeito, a técnica que permite filmar cenas noturnas durante o dia, com o uso de filtros nas lentes ou pela diminuição da abertura das lentes.
Barton Fink – Delírios de Hollywood (Barton Fink, 1991)
O dramaturgo que dá nome ao filme, aproveita a maré a favor de sua fama na Broadway para tentar a sorte em Hollywood. Em Los Angeles para escrever o roteiro de um “filme B” sobre luta livre, ele se hospeda numa pocilga, o Earle Hotel, para poder se concentrar no roteiro. Com o bloqueio criativo que vai transtornando dia a dia o protagonista, ele acaba se aproximando de um vizinho de quarto – enquanto uma onda de calor torna tudo ainda mais bizarro.
Boogie Nights – Prazer sem limites (Boogie nights, 1997)
Um sobrevoo pelos bastidores do cinema pornô, ainda marginal nos anos 1970, com a trajetória real de glória e decadência do jovem garçom Eddie Adams, transformado pelo diretor Jack Horner em Dirk Diggler (astro efêmero real da indústria por causa de uma determinada parte de sua anatomia).
Cantando na Chuva (Singin’ in the rain, 1952)
Considerado um dos melhores musicais de todos os tempos, é uma alegoria da revolução da chegada do som ao cinema mudo – pelos olhos de atores e produtores. Seus grandes números musicais, principalmente a clássica com Gene Kelly cantando e dançando a canção título, são referências da cultura pop mundial até hoje. Sua fotografia ainda é um marco no uso do technicolor.
Cine Holliúdi (2012)
Um grande representante brasileiro que retrata a luta de um dono de cinema do interior do Ceará para fazer sobreviver e atrair espectadores para a sua sala de cinema diante da chegada da TV à cidade, nos anos 1970. Um filme apaixonante – considerado por muitos como o “Cinema Paradiso nacional”.
Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso, 1988)
Filme italiano lembrado por diversas razões: a trilha sonora de Ennio Morriconi, a coleção de prêmios ao redor do mundo todo e, claro, por ele próprio (a sequência final – sem spoilers – é uma das mais belas da história). Trata da amizade entre um projecionista de cinema, Alfredo, e um garoto apaixonado pela sétima arte, Toto, que se transforma num grande cineasta que volta à sua cidade natal ao saber da morte do amigo.
Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950)
Um jovem roteirista encontrado morto na piscina de Norma Desmond, antiga estrela de cinema mudo (cuja carreira acabou com a chegada do som) é o narrador desta história – que mostra a crueldade do final de carreira de astros do passado e como eles podem ser presas fáceis para quem se aproxima delas com as piores intenções. Dirigido por Billy Wilder com alta dose de elementos visuais do expressionismo alemão.
O Artista (The artist, 2011)
A história de um ator cuja carreira está ameaçada pela chegada do cinema falado que se envolve com uma jovem que desponta exatamente por causa da mudança nos filmes. Em preto e branco (e mudo), foi o vencedor do Oscar de melhor filme e também ator, para o francês Jean Dujardin.
Oito e meio (8 1/2, 1963
Obra-prima de Federico Fellini, usa o cinema em dose dupla: um diretor de cinema em crise (claramente o alter ego do próprio cineasta) resolve um grande bloqueio criativo decidindo fazer um filme exatamente sobre um cineasta em meio a um… bloqueio criativo. Por que “Oito e meio”? Até fazer este filme, Fellini já havia feito sete filmes e um episódio em um filme coletivo de pequenas histórias.
Saneamento Básico, o filme (2007)
Uma bem-humorada, ácida, muito engraçada e eficiente crítica social nacional – longe do tom que impera em obras com essa temática nas nossas telas. Quando moradores de um vilarejo na serra gaúcha decidem resolvem construir uma fossa para o tratamento do esgoto, descobrem que a única verba disponível na prefeitura (R$ 10 mil) só pode ser gasta com a realização de um filme educativo. E ele, mesmo sem saber nada de cinema, resolvem fazer uma obra de ficção científica de terror, centrada no Monstro da Fossa. Uma aula de como fazer (bom) cinema.
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