7 mitos sobre a carreira em Cinema e Audiovisual

Coordenador do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM desvenda alguns mitos sobre a área

 

Quem opta por cursar Cinema e Audiovisual escolhe um curso generalista, que oferece uma ampla visão de todas as áreas relacionadas à produção de um filme, seja uma obra documental ou ficcional para cinema, streaming, propaganda e plataformas digitais. “Isso porque o trabalho envolve vários setores e os profissionais precisam entender que o seu trabalho impacta no de outras pessoas, porque todas interagem entre si”, afirma Pedro Curi, coordenador da graduação em Cinema e Audiovisual da ESPM no Rio. Por isso, não existe a ideia preconcebida de que o diretor fica em seu trailer esperando ser chamado para sentar na cadeira e gritar “ação!” para a filmagem começar. Além desse mito existem outras crendices desbancadas por Curi:

 

1. Cinema é arte e, portanto, artesanal

 

Sim, é arte, mas atualmente envolve muito conhecimento tecnológico. As câmeras estão mais leves e ágeis, permitindo novas possibilidades de filmagem. Os drones facilitaram muito a tomada de cenas aéreas, antigamente feitas com dispendiosos alugueis de helicópteros, e quem trabalha com isso precisa acompanhar essas evoluções.

 

2. É só chegar, arrumar o cenário e filmar

 

Não. Existem várias etapas que envolvem um filme e quem estuda cinema e audiovisual aprende todas elas. É necessário fazer planejamento, produção executiva, roteiro, direção de arte e de fotografia, entre outras atribuições importantes. Em uma filmagem, todos trabalham com um documento chamado decupagem, onde consta tudo o que vai ser feito em um determinado dia, incluindo um plano B para o caso de chover em um dia de filmagem ao ar livre.

 

3. Não tem horário para nada

 

Ao contrário. Como diz o ditado, “tempo é dinheiro” e quase tudo em um filme é calculado em diárias. Se algo falha, paga-se por mais um dia de trabalho. Além disso, tudo gira em torno de uma programação que envolve as pessoas que vão ser necessárias naquele dia. Os atores, por exemplo, trabalham com agendamento das cenas.

 

4. Tem emprego para poucos profissionais

 

A indústria de audiovisual é um mercado que emprega muita gente além de atores, diretores e produtores. Nos bastidores, há uma rede que gera renda para centenas de pessoas como costureiras, maquiadores, motoristas, faxineiros, técnicos de iluminação, pedreiros, carpinteiros, treinador de animais, pessoal do catering e hotelaria, entre outros.

 

5. O trabalho termina após a filmagem da última cena

 

Não, porque o filme segue para a pós-produção, que consiste na edição das imagens, na composição da trilha sonora, na finalização e em etapas como distribuição e exibição. O profissional que trabalha nesse setor, que não é necessariamente o diretor, tem de pensar para onde o filme vai depois de pronto e em que locais vai ser apresentado, inclusive festivais.

 

6. Diretoras têm pouco espaço

 

Há cada vez mais mulheres na direção e na direção de fotografia, inclusive atualmente há mais estudantes mulheres do que homens nos cursos de Cinema e Audiovisual. Em 1977, a diretora italiana Lina Wertmüller foi a primeira mulher a ser indicada ao Oscar de Melhor Diretor por Pasqualino Sete Belezas. Mas foi apenas em 2010 que uma mulher levou a estatueta: Kathryn Bigelow por Guerra ao Terror, também eleito o melhor filme daquele ano.

 

7. Quem se forma na área só trabalha com cinema e televisão

 

Além dessas áreas, pode-se trabalhar com curadoria de exposição ou festival que envolva projeção visual, e também com shows de música e teatro, por exemplo. Quem faz cinema aprende a desenvolver narrativas que podem ser usadas também nas redes sociais, nas áreas de educação e de produção de conteúdo, inclusive corporativo. Canais de streaming contratam esses profissionais para fazerem a curadoria de filmes que serão comprados.

 

 

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Foto: Technology photo created by frimufilms – www.freepik.com

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