Home office ou office home?

Até onde ambientes de trabalho lúdicos, divertidos, repletos de comodidades (e comidinhas) fazem realmente diferença para quem passa 8 horas ou mais no trabalho

 

Fase 1: encantamento

Lembro quando a Abril anunciou a mudança para o Birmann 21, o 10º prédio mais alto da cidade e, à época, um dos mais modernos. Um dos primeiros a poder ser chamado de “inteligente” – e que se chamaria NEA – Novo Edifício Abril.

 

Além das comodidades para o trabalho e a tecnologia que começava a se tornar onipresente e indispensável, havia outros atrativos: academia, salão de beleza, lavanderia que pegava e trazia sua roupa, feirinha de frutas e verduras, restaurantes, lanchonetes… Você podia praticamente resolver sua vida inteira sem precisar sair do local de trabalho.

 

Isso sem falar de uma praça central, com jardim e bancos, no qual um concorrido café amenizava a qualquer hora do dia as tensões do trabalho. Wow! O futuro do trabalho se materializava na minha frente! E eu podia usufruir dele!!!

 

Fase 2: desconfiança

Pouco mais de seis meses depois da mudança, comecei a perceber que passava mais de 12 horas por dia no prédio, pois minha vida inteira orbitava aquele espaço. Levava as roupas para lavar, tomava café da manhã, almoçava, tomava meus cafés e, não raro, jantava lá – geralmente depois de ir à academia para nadar, fazer esteira etc.

 

Percebi, também, que estava sempre cercado das mesmas pessoas em todos os lugares: no café da manhã, no almoço, nos cafezinhos e jantares… E, incômodo mais evidente, na academia.

 

Não tenho pudores bobocas com relação ao corpo (afinal, todo mundo tem um). Mas ficar suando ao lado de pessoas com as quais trabalha (chefes, pares e equipe que você lidera) e depois encarar o vestiário com elas
é um pouco demais…

 

Fase 3: bode

Dei um basta! Parei de levar roupas para serem apanhadas e deixadas limpas no trabalho (e não precisava ficar desfilando com meus cabides pelos corredores), passei a sair para almoçar (e jantar, quando havia virada de noite com fechamento) e me matriculei numa academia fora do NEA.

 

Hoje, vejo com certo assombro até onde pode chegar o “playground”: às comodidades básicas que relatei, na minha experiência em meados dos anos 1990, agora somam-se geladeiras e máquinas com todo tipo de comidinhas e bebidinhas (alguns lugares têm até pessoas para fazer sucos e alguns acepipes a la carte), espaços com mesas de sinuca, pebolim, pingue-pongue, salas para jogar games – a lista é infinita.   

 

O que não muda é uma coisa só: querer que a gente se “aconchegue” e se sinta “em casa” no ambiente de trabalho – e não perceba que estamos ficando horas demais por lá, já que a vida privada invade a vida profissional (e, pela norma da reciprocidade, a gente não pode ficar na bronca quando pinta o vice-versa).

 

 

Ou seja: que home office, que nada! O barato é o office home. Quem é que precisa de uma vida fora desse paraíso?

 

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