Segundo levantamento recente, jovens estudantes brasileiros não sabem diferenciar uma coisa da outra. Hora de mudar isso…
Um levantamento recente da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou que 67% dos estudantes brasileiros de 15 anos não sabem diferenciar fatos de opiniões quando fazem leitura de textos.
A gravidade dessa constatação talvez não seja compreendida por todos – mesmo acima da idade indicada na pesquisa. Em tempos de polarização, em que o mundo se resume à simplificação A ou B, e das redes, que nos colocam no conforto e na “segurança” de nossas bolhas, fala-se muito sobre “pensamento crítico” – e pouco em espaço do contraditório.
O que isso tem a ver com não saber diferenciar opiniões de fatos? A tendência das bolhas é diminuir a disposição das pessoas de questionar o que recebe – afinal, se vem ao encontro do que acredito ou da minha visão de mundo, só pode ser fato (ou ser “verdade”), enquanto o que vier contra minhas crenças ou opiniões só pode ser “mentira”.
Nada contra se alimentar de opiniões. Mas não exclusivamente. O efeito mais deletério dessa “dieta” informativa é um comportamento destrutivo do diálogo democrático: “caso os fatos não concordem com minha opinião, pior para os fatos”.
Dessa maneira, com o receio de “sermos contrariados” ou questionados em nossas certezas, sem perceber nos afastamos de fontes de informação confiáveis – principalmente do Jornalismo. O que essa pesquisa mostra, na verdade, são sintomas dessa tendência. Na minha humilde opinião, é dever do Jornalismo encontrar uma forma de dialogar com as novas gerações.
Do contrário, não vamos combater as causas dessa triste constatação e nem criar jovens com capacidade de pensamento crítico de verdade (e não deixá-los à mercê de meras manipulações ou da ilusão de que estão sempre certas e os outros sempre errados, baseados apenas em suas opiniões…).
Nesse caso, essa é minha opinião sobre os fatos.