Sempre haverá quem vai dizer que os jovens não seguram a onda diante das crises. Será?
Esses tempos pandêmicos trouxeram desafios absurdos, provocaram muita dor e tristeza. Mas, quando tudo isso passar, o que vai ficar como símbolo desses dias (meses e – pena – anos)?
Não tenho bola de cristal, mas tenho meus palpites. Um deles tem a ver com os jovens. Geralmente vistos como pouco resilientes ou muito reclamões, eles (na minha humilde opinião) serão um dos símbolos de resistência no futuro. Mesmo que as coisas comecem a voltar ao “normal” no campo da educação, com uma retomada de aulas presenciais, a maior parte dos estudantes vai ter atravessado quase dois anos sem contato com seus professores e colegas.
Pense em atravessar mais da metade do ensino médio ou de um curso superior nessa toada. Isso mesmo: quem entrou no ensino médio ou o terminou durante esse período, perdeu um tempo precioso da vida e experiências que nunca poderão ser repostas.
Pense em quem entrou na universidade em 2020 – e que vai terminar metade de sua trajetória sem talvez nunca ter pisado numa sala de aula ou convivido ao vivo com colegas de turma.
E tudo isso encarando o desafio de se manter motivados a continuar.
Claro que para os mais velhos há desafios tanto ou mais graves, pois a tudo isso somam-se as demandas familiares e as pressões pelo sustento de suas famílias e o medo de perder o emprego, entre outros. Porém, os mais jovens, em teoria, são os que reúnem menos instrumentos para suportar essa pressão contínua.
Tenho certeza de que esses jovens de hoje (à parte os prejuízos emocionais, que infelizmente não serão poucos) formarão gerações futuras que reunirão capacidades indispensáveis para salvar a humanidade das armadilhas que nos trouxeram até este ponto de intolerância e polaridade. Eles aprenderam muito cedo o que realmente importa. Para eles, todo o resto é apenas mimimi…
