Primeiro emprego

Dores e delícias de um momento único na vida de todo mundo, quando o jogo começa pra valer depois de estágios e trainees

 

Você acabou de se formar, depois de estagiar em um ou dois lugares durante o curso, ou terminou seu programa de trainee. E surgiu a grande chance: seu primeiro emprego na área em que escolheu e numa empresa que você admira. Comemore, festeje, grite na janela, pule de alegria.

Essas serão as primeiras delícias dessa conquista – às quais se seguirão outras, como a abertura do caminho para a independência financeira, o olhar para o futuro e decidir como desenhar os próximos passos de sua carreira, a satisfação das primeiras grandes realizações profissionais.

Como dizia meu pai, “toda diversão tem um pouco de chateação”… Eu não chamaria assim os desafios que vão surgir. Mas eles podem ser fontes de ansiedade, dores de cabeça e (quem nunca?) dores de barriga.

Se para quem já é experiente o início do trabalho em qualquer lugar já é cheio de desafios, para quem está no primeiro emprego há detalhes adicionais. Antes de mais nada, observe. Observe como as pessoas se relacionam, como conversam, como agem – antes de já chegar no estilo “espontâneo”.

Entenda as dinâmicas: as pessoas conversam muito ou pouco (e como se dão essas conversas), a sala ou espaço da chefia é acessível para todos? As pessoas são mais formais e “hierárquicas”?

Aprenda o quanto antes o nome e a posição de cada pessoa de sua área: isso mostra que você está se esforçando – o que aumenta as chances de uma recepção menos fria. Depois de observar as dinâmicas, saberá escolher uma ou duas pessoas confiáveis e dispostas a tirar suas dúvidas e socorrer você numa saia justa.

Se chamarem você para almoçar, vá!

Se chamarem para um café, vá!

Se não chamarem você no primeiro ou no segundo dia, discretamente pergunte onde há lugares bacanas para comer ao redor. Assim, você não estará se oferecendo – e, no mínimo, vai ganhar algumas boas dicas e, se tudo der certo, um convite para almoçar. Só não pergunte ao chefe! Melhor fazer o teste com os pares.

Em todos os lugares existem os “braços direitos” da gerência e da diretoria. Nada de se aproximar dessas pessoas com segundas ou terceiras intenções: ninguém gosta de ser usado. Se rolar aproximação de forma natural, ok. Se não, ok também.

Como profissional, é sua a responsabilidade por tudo o que for demandado de você. Claro que você tem uma chefia e colegas (do Latim collega, “parceiro de trabalho” e se forma por com-, “junto”, mais legere, “escolher, colher, definir”). Mas você está em pé de igualdade com todos eles, pois não está mais em um estágio ou em um programa de trainee. Portanto, não há café-com-leite nessa brincadeira.

Não é porque você está no time de novatos que você não pode dizer o que pensa – o problema nunca é “o que” a gente diz, mas o “como” a gente diz. Se discorda de alguma ideia, coloque-se com tranquilidade (não comece nunca por “desculpem, sei que acabei de chegar, mas…”: você está ali por que mostrou seu potencial e valor no processo seletivo para integrar o time em pé de igualdade). Elogie as ideias e “complemente” com sua visão. Bater de frente nunca é uma escolha sensata: toda ação gera reação de igual ou de maior intensidade no sentido oposto”.

Trate de reconhecer o quanto antes os possíveis aliados – e lembre-se de que você não está ali para fazer amigos, para gostar ou ser gostado. Portanto: as relações são profissionais e se baseiam em alianças temporárias, mesmo que baseadas em simpatias ou o santo que bate.   

 

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