Um texto sobre estreias e o futuro da comunicação

Murilo Moreno, professor de Publicidade e Propaganda da ESPM, aborda o futuro da indústria da comunicação e as oportunidades para profissionais da área em seu primeiro texto no Papo Reto 


Estreias são sempre nervosas. E esta aqui não poderia ser diferente. Fui convidado pelo Jorge Tarquini, curador de conteúdo do #TMJ, para escrever regularmente nesta plataforma porque ele gosta dos meus textos diários no Facebook. Como ele, sou professor na ESPM, e um estudioso do mundo da comunicação. Só que, no meu perfil, escrevo livremente, desde comportamento humano até ficção científica.


Então, minha pergunta pra ele foi: sobre que tema? Ele me deu toda liberdade do mundo. “Seus textos são ótimos, sempre reflexões importantes e relevantes”. Pronto! Foi o suficiente para me travar. Deu pânico. Síndrome da folha em branco. O que eu poderia escrever que fosse relevante? No desespero de não saber o que escrever, vou falar do que acho que será da indústria da comunicação daqui para frente. Realmente, um texto de estreia.


A internet virou tudo de cabeça pra baixo. Lógico que você já percebeu. Primeiro, matou a indústria dos discos de vinil e de CD’s. Depois acabou com o mundo físico dos livros, revistas e jornais. Estamos agora na reinvenção das TV’s, que estão perdendo espaço para os aplicativos de streaming, como Netflix e Amazon Prime. Só que nessa loucura toda, uma coisa não mudou: o consumidor continua buscando o mesmo produto, conteúdo.


Esse é o grande ponto que não podemos perder de vista. As pessoas consomem conteúdo. Informação e diversão, essas são as palavras mágicas do mundo da comunicação.


Até 1920, esse mundo era comandado pelos grandes jornais. Chegava-se a produzir duas edições para dar conta das demandas dos leitores. Esperar 24 horas para saber das novidades era muito tempo. Aí, surge em Pittsburgh a KDKA, considerada a primeira rádio comercial do mundo, com informações atualizadas durante toda a programação. Percebeu a semelhança? As rádios fizeram com os jornais o que a internet está causando hoje. Viraram tudo de cabeça para baixo. Pra piorar, em 1936, a BBC de Londres abre seu primeiro canal de televisão. E a comunicação nunca mais foi a mesma.


No século passado, o mundo escrito foi substituído pelo mundo falado e visual. Agora a internet está se modificando da escrita que era nos seus primeiros anos, para o universo falado e visual. Só que as possibilidades infinitas que ela permite ainda não foram descobertas, nem criadas. Se nos anos 1950 a televisão evoluiu de ser um rádio com imagens para uma linguagem toda própria, virando o principal meio de comunicação, os próximos anos serão de pura invenção de linguagem.


Aí entra aqui você, meu caro leitor. Se leu até aqui é porque esse mundo lhe fascina. Então está nas suas mãos inventar o futuro. A linguagem das várias telas está só começando. A comunicação não é apenas complementar entre o que se vê na grande tela das TV’s e nos celulares. Ela passa a ser simultânea podendo prender o expectador em cada uma delas, entregando em diferentes canais parte da informação que ele busca. Ninguém domina essa novidade ainda. Essa é a sua chance de fazer diferente, de tentar e conseguir se destacar num mundo ávido por cabeças pensantes.


Eu sigo me reinventando todos os dias. Meu trabalho exige isso. E eu amo fazer diferente. Espero que você venha se juntar a nós nessa aventura de inventar o futuro. Tenho certeza que a nova linguagem está sendo gerada nesse momento nas várias salas de aula dos cursos de comunicação do Brasil e do mundo. Aqui, na ESPM, temos a missão de contribuir com essa transformação. E é isso que fazemos todos os dias.

 

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