Assim como arte rupestre, pinturas renascentistas e fotografias de guerra, tatuagens são uma maneira de conservar e expressar a história humana
Por livs
O que são tatuagens, senão arte na pele? O que muitos conservadores definem como a epidemia das tatuagens, amantes da arte e da vida como eu preferem ver como uma evolução da maneira que o ser humano conserva histórias.
Na pré-história existia a arte rupestre. Esta é compreendida como o amplo conjunto de desenhos, pinturas e inscrições realizadas pelo homem.
Sem qualquer contexto de sociedade, o homem já se apegava a manifestações artísticas. Arte, quando paramos para analisar, é a única variável constante na história humana.
Tatuagens, assim como arte rupestre, pinturas renascentistas e fotografias de guerra são uma maneira de conservar e expressar a história humana. Uma tatuagem pode simbolizar o fim de uma fase, a eternização de uma pessoa ou, às vezes, é simplesmente uma ferramenta de lembrança de algo ou alguém.
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Além disso, existe evidência arqueológica de tatuagens que foram feitas no Egito entre 4000 a.C. e 2000 a.C, além de possíveis tatuagens feitas por nativos da Polinésia, Filipinas, Indonésia e Nova Zelândia (maori). Muitos povos antigos tatuavam-se em rituais ligados à religião, cultura que permanece até pelo conceito de registrar onde está sua fé.
Definição de tatuagem
“A tatuagem é uma das formas de modificação do corpo mais conhecidas e cultuadas do mundo. Trata-se de uma arte permanente feita na pele humana que, tecnicamente, consiste em uma aplicação subcutânea obtida através da introdução de pigmentos por agulhas. A motivação para os cultuadores dessa prática é ser uma obra de arte viva e temporal tanto quanto a vida”.
No Brasil, a “cultura de tatuar” era praticada por povos nativos, que habitavam o que viria a ser o Brasil do período pré-colonial. Porém, nessa fase, e por muitos anos seguintes, a tatuagem no Brasil era vista como algo extremamente marginalizado. Visão que continua até os dias atuais em pessoas mais conservadoras.
No final do dia, tatuagens são muito mais que marcas. Elas têm seu propósito. Mesmo que pareça muitas vezes fútil, toda tatuagem carrega intenção e valor identitário.
Em uma faculdade onde muitos estudam a melhor maneira de entender identidade, era de se esperar que o campus fosse cercado por histórias, por arte, por tatuagens.
As tatuagens carregam as simbologias daquilo que representam, mas também possuem um valor cultural em si. Como o aluno que tatuou “made in italy“, um marco de nascença, história e cultura. Há também a garota que tatuou um símbolo da lenda que, por muitos anos, ajudou sua família a lidar com a perda, um pequeno símbolo que se torna uma homenagem cravada em pequenos arranhões.
Tatuagens são lindas e sob o sol de qualquer olhar artístico são marcas eternas em sua melhor forma.
Na psicologia, uma tatuagem pode ser uma forma de defesa, de pertencimento a um grupo, de reforçar seu posicionamento sobre algum assunto ou pessoa. O fato é que elas chamam atenção e externalizam aquilo que o ser tem dentro de si.
Obs: essa matéria foi inspirada nos relatos anônimos de alunos da faculdade ESPM e tem como objetivo compartilhar vivências e gerar reflexões a respeito do valor simbólico e cultural das tatuagens em sociedade.
Conteúdo originalmente publicado no Newronio, blog escrito pelos alunos do Arenas ESPM, agência experimental do curso de Publicidade e Propaganda da ESPM.