Jornalismo ganha força em meio a pandemia do coronavírus

Se antes enfrentavam um certo descrédito por parte da população, veículos de imprensa ganham relevância com análises, dados e combatendo fake news sobre a Covid-19

 

Informação é uma das principais armas no combate ao novo coronavírus. Dados, análises de especialistas, notícias e recomendações de autoridades precisam chegar até a população para que as pessoas saibam como agir, se proteger e entendam o que está sendo feito para superarmos essa crise. Nesse cenário, o trabalho da imprensa se torna ainda mais relevante. “O jornalismo vem fazendo a diferença na vida dos cidadãos ao oferecer uma informação qualificada, fornecendo dados atuais e, nesse sentido, destaca-se o jornalismo de serviço tão importante para a sociedade”, analisa Maria Elisabete Antonioli, coordenadora da graduação em Jornalismo da ESPM em São Paulo.

 

Assim como empresas de outros setores, os veículos de imprensa precisaram se adequar as restrições de circulação e tomar cuidados especiais com os grupos de risco. Isso impôs novos desafios para a cobertura do noticiário. “Jornalistas com mais de 60 anos transmitem suas participações de casa, e entrevistas são feitas por meio de aplicativos. Nota-se, neste último caso, a importância de ferramentas tecnológicas disponíveis para o trabalho jornalístico e que estão sendo fortemente utilizadas.”

 

Apesar disso, Elisabete lembra que em alguns casos a presença do jornalista onde está a notícia ainda é imprescindível. Afinal, repórteres precisam participar de coletivas com autoridades, mostrar a situação do transporte público e dar orientações práticas nas ruas sobre como se prevenir contra a Covid-19.

 

Também tem sido papel do jornalismo combater as fake news. É o que explica Jorge Tarquini, curador de conteúdo do #TMJ e professor de Jornalismo da ESPM. “Quando olhamos os movimentos de fact checking, como o Comprova, Aos Fatos, Lupa, Fato ou Fake, vemos que quase não houve iniciativas fora do meio da imprensa para checar notícias falsas. Esses projetos foram um passo gigantesco para as pessoas voltarem a dar valor ao jornalismo”.

 

É bom lembrar, que antes da pandemia, veículos de imprensa enfrentavam um certo descrédito por parte da população, que preferia consumir conteúdo nas redes sociais e de fontes alternativas, muitas vezes não confiáveis. “Com o tempo, as pessoas deixaram de dar valor ao jornalismo bem feito. De certa maneira, enxergam o jornalismo não mais com a mesma importância que ele tinha antes”, comenta Tarquini.

 

Talvez o público perceba agora o que diferencia o jornalismo de outros métodos de divulgação de conteúdo sem compromisso com a veracidade. “A ideia que as pessoas têm de que boa informação e jornalismo dão em árvores, que são um fato da natureza, prejudica a atividade jornalística. Bom jornalismo custa tempo, dinheiro e talento para ser feito”, afirma Tarquini. “Muitas vezes, essa informação que está disponível de graça embute uma série de interesses de quem está divulgando. E não necessariamente leva em conta preceitos do jornalismo, como imparcialidade, objetividade, interesse público e o contraditório.”

 

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