6 veículos de imprensa com formatos jornalísticos inovadores

Enquanto players tradicionais, como grandes jornais, TVs e rádios, buscam encontrar seu lugar ao sol nos tempos digitais, novas iniciativas jornalísticas oferecem olhares diferentes, experimentando em forma, linguagem e plataformas 

 

Responda rápido: quando foi a última vez que leu um jornal impresso, assistiu ao Jornal Nacional ou ouviu rádio noticioso ao vivo? Há quem diga, em tom de crítica, que as pessoas hoje estão se informando menos. Há controvérsias. Talvez a análise mais acertada seja a de que as pessoas estão se informando de forma diferente.


Antes, era necessário ir até uma banca de jornais ou recebê-los como assinante em casa e, no caso da TV ou do rádio, ficar esperando o horário certinho dentro da grade de programação. Ou seja: nós íamos em direção à informação. Hoje, ela é que vem até nós – pelos compartilhamentos nas redes sociais (num encontro quase “acidental” com as notícias, mediadas pelo que alguém ou um algoritmo acha importante que a gente saiba) ou por newsletters e outros serviços que assinamos ou acessamos.



Tudo isso abriu espaço para que surgissem muitas e variadas experiências informativas, ampliando de forma inovadora o cenário jornalístico tanto na forma quanto na linguagem, nas mídias, nos enfoques e, por que não, nos modelos de negócios.

Aqui, selecionamos alguns desses novos veículos que, mesmo não sendo todos tão novos, vale a visita. Eles propõem olhares inovadores sobre a produção de conteúdo jornalístico que têm alcançado não apenas boa audiência mas, principalmente, respostas a alguns desafios vitais para o Jornalismo.

 

Nexo

 

Uma das maiores dificuldades na formação de público para o Jornalismo está em como alcançar os jovens, levando até eles a informação de modo que dialogue com seu universo. A equipe que criou o Nexo buscou na contextualização a chave para solucionar esse dilema. Ou seja: Jornalismo de Contexto, não apenas trazendo os fatos e acontecimentos de forma generalizada, mas que estabelece o nexo entre eles e a vida de seus leitores. Tudo com o auxílio claro e eficiente de dados, estatísticas e gráficos que tornam tudo inovador e atraente. Como eles mesmos definem, seus princípios editoriais são o equilíbrio (diálogo com perspectivas, grupos sociais e políticos diversos), a clareza (estabelecendo conexão entre o interesse do público e fatos complexos) e a transparência (numa relação de confiança e interação). Com conteúdos abertos e outros exclusivos para assinantes, sua monetização vem exclusivamente das assinaturas, pois não abre espaço para publicidade.

 

Meio

 

“Ser digital, no fim das contas, é só a vida como ela é. Normal.” Eis um statement dessa newsletter enviada logo cedo para seus assinantes de segunda a sexta, oferecendo as notícias essenciais do dia para oito minutos de leitura. E o espectro de assuntos é amplo: política, entretenimento, economia, esporte… Há a assinatura básica, gratuita, e a premium, que oferece vantagens como edição extra aos sábados, editoria diaria de economia e acesso ao software Monitor, para ver notícias de todos os sites em tempo real. Longe de ser “isentão”, o Meio não se posiciona nem como de esquerda e nem de direita – e nem tampouco de centro: “Mas, no Meio, esquerda e direita se encontram e ambos os argumentos terão espaço. O Meio acredita em argumentos. E não acredita em dogmas”.

 

Jota

 

Jornalismo feito na cobertura do Judiciário e cuja missão é “tornar as instituições brasileiras mais previsíveis”. Ou seja: eles trazem uma nova forma de cobrir essas instituições com amplidão de análise e contexto para o público profissional. Eis uma ferramenta poderosa para quem precisa tomar decisões estratégicas diante de decisões que podem ser afetadas pelos três poderes do país. A cobertura eficiente do Judiciário e do Legislativo para assinantes – e presente nas redes sociais e até no YouTube. Outro ponto forte está nas bases de dados, na cobertura específica do STF e nas análises e opiniões de grandes profissionais.

 

Joca Jornal

 

Pioneiro no jornalismo infantojuvenil, traz notícias da atualidade para jovens e crianças desde 2011. Conta com edição impressa quinzenal para assinantes ao longo do ano escolar e com um site bastante acessível, no qual é possível acessar PDFs da edição impressa com hiperlinks para “ir mais longe” nos temas abordados – bem como oferecendo atividades para educadores utilizarem o conteúdo em suas aulas.



Numa parceria com a CBN, também está presenta no meio rádio, com o podcast semanal Revisteen.

 

Énois

 

Ele se define como “um laboratório que trabalha para impulsionar diversidade, representatividade e inclusão no jornalismo brasileiro”. Entre suas atividades, a principal é ser uma escola online de jornalismo para jovens da periferia – e seu site e demais plataformas e redes sociais funciona como uma vitrine para a produção desses jovens, com pautas que, na sua maioria, não encontram espaço ou eco na grande imprensa, além de engrandecer o jornalismo hiperlocal. Oferece, ainda, uma newsletter sobre diversidade e jornalismo. É bancado por meio de financiamento coletivo recorrente, com assinantes que contribuem mensalmente.  

 

Agência Pública

 

Com a pauta centrada em Direitos Humanos, transparência, abusos de poder e meio ambiente, a Agência Pública foi fundada por repórteres mulheres como a primeira agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos do Brasil – e seu conteúdo de qualidade é distribuído para grandes portais e outros veículos do Brasil e de outros 12 países. Conta com doações de fundações mantenedoras privadas brasileiras e estrangeiras e também com editais e financiamento coletivo de seus leitores – que patrocinam diretamente a realização de apurações que o próprio público define se será realizada e que são publicadas aqui.

 

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