Claudio da Rocha Miranda Filho, diretor artístico do Rock in Rio e cofundador da Brazil Music Conference, fez previsões sobre o futuro da indústria da música em live com a ESPM Social Rio
Plantão com os amigos para tentar comprar ingresso, madrugar na fila para ficar perto do palco e muita gritaria quando vê seu ídolo de perto. Saudade dos shows, né, minha filha? Ao menos por enquanto, eles serão apenas por live. Mas o que será da indústria do entretenimento após a pandemia de covid-19? Claudio da Rocha Miranda Filho, diretor artístico do Rock in Rio e cofundador da Brazil Music Conference (BRMC), falou sobre o assunto em uma live no Instagram com a galera da ESPM Social Rio.
“Com essa circunstância da pandemia, o entretenimento (atividade de aglomeração de pessoas) foi atingido no cerne. Tem se escutado por aí que foi a primeira área a parar e será a última a retomar”, comentou o carioca, que começou a carreira fazendo festas de faculdade.
Desde que o coronavírus começou a se espalhar pelo mundo, uma série de shows e festivais foram adiados ou cancelados. Incluindo as edições brasileira, chilena e argentina do Lollapalooza, o Coachella e o Rock in Rio Lisboa. Coube aos artistas se adaptarem a essa nova realidade – que não sabemos ao certo quanto vai durar. “Vemos agora o fenômeno das lives. Desde cantores sertanejos, como Marilia Mendonça, que bateu recorde (3,3 milhões de espectadores simultâneos no YouTube), até Travis Scott, que se apresentou no Fortnite (para mais de 12 milhões de jogadores)”.
Novo normal
Para o especialista, a tendência é que tenhamos cada vez mais apresentações hibridas no futuro: shows presenciais e online. Não apenas de grandes artistas e festivais, que já até realizavam transmissões do tipo. Mas também de pequenos eventos e artistas. “Acho que mesmo o pequeno e médio vão ter uma preocupação maior do que antes com essa experiência que estamos vivendo”.
Outro efeito da pandemia, na opinião do diretor do Rock in Rio, será a valorização de produtos nacionais. “Por conta dos processos sanitários e até pelo medo das pessoas, vamos ter um retrocesso na globalização. A tendência é que as pessoas fiquem mais em seus países”, afirmou o especialista. “Isso e a questão da alta do dólar distanciam as bandas internacionais da gente. É uma oportunidade para a música brasileira. Produtos e gêneros nacionais, como funk e rock nacional, terão um campo fértil”.
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