Você está pronto para a “retomada”?

Quando foi decretado o isolamento, a quarentena (ou seja lá como cada um chama o que estamos vivendo), bateu pânico pela incerteza vindoura. Hoje, o pânico é reverso: como vai ser a “volta”?

 

Você consegue se lembrar de meados de março? Sim, faz pouco mais de dois meses – mas parece que foi em outra encarnação… Todo mundo tomado de ansiedade pelo desconhecido, pelo “como vai ser?” ou pelo “não sei se aguento…”. Pois bem: e o que acontecerá quando pudermos “voltar”?

 

Voltar para o trabalho, voltar para a rua, voltar para o mundo… Por mais que talvez 99,999 dízima periódica por cento das pessoas não vejam a hora, 100% estão sentindo novamente a mesma ansiedade – mas com sinal trocado.

 

Sair às ruas não é só sair. Ir para o trabalho não é só ir. Entrar na sala de aula não é só entrar. O período em que já ficamos – e o que ainda ficaremos – dentro de nossas casas pode ter nos levado ao limite: da convivência com a família (ou com a solidão), de uma rotina doméstica excruciante, de rotinas de trabalho a distância invasivas (e, às vezes, abusivas), de não aguentar mais maratonar séries, ler livros ou navegar pela internet

 

Mas, contudo, porém, todavia, entretanto… Deu para acostumar ficar de pijama o dia todo, não ter calçado um par de sapatos durante todo esse tempo, não ter se preocupado com a roupa que vai vestir – e poder fazer seu trabalho sem se preocupar se está descabelado ou não, fazendo reuniões ao vivo com camisa na parte de cima e nada mais do que cueca na parte de baixo.

 

O ser humano se acostuma a tudo, dizia minha avó. E ela, que tinha atravessado duas guerras mundiais, imigrado para um país desconhecido e enfrentado agruras mil (quem nunca?), quando perguntada sobre se um dia gostaria de voltar à sua terra (a Itália), respondia sem pestanejar: prefiro visitar as minhas memórias a me desencantar com a realidade. Pois bem: mais cedo (tomara) ou mais tarde (espero que não…), as coisas vão voltar. Talvez não como as conhecíamos. Mas, como para minha avó, talvez o grande dilema do futuro próximo seja: ficar com a memória do mundo que deixamos ou encarar o desencanto de como as coisas ficaram – e, mais uma vez, der de se “acostumar”?

 

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