Descubra o que precisa para trabalhar em banco

Especialista em recrutamento e seleção explica tudo o que você precisa saber para trabalhar nesse tipo de empresa e o que esperar desse ambiente

 

Conquistar um emprego em uma instituição financeira é o desejo de muitas pessoas. O #TMJ conversou com Milie Haji, gerente de recrutamento e seleção da Cia de Talentos, consultoria especializada em recrutamento e seleção, para saber o que precisa para trabalhar em banco. Ela explica que há muitas oportunidades nesse segmento que demanda pessoas com vários tipos de formação. Portanto, quem acha que é imperativo estudar Administração ou Economia, pode respirar aliviado. Confira os requisitos para trabalhar nesse tipo de empresa:

 

Quem pode trabalhar em banco

Os recrutamentos em banco englobam os programas Aprendiz, Estágio e Trainee, além de empregar profissionais graduados. Quem se candidata a uma vaga de aprendiz, estagiário ou trainee tem a vantagem de participar de um programa de desenvolvimento estruturado para esses três grupos.

 

O aprendiz é voltado para a quem está no ensino médio, o estágio se destina a quem está nos dois últimos anos da faculdade e o trainee é para recém formados ou profissionais com pouca experiência.

 

“Tanto o aprendiz, quanto estágio e trainee são programas que, por conta da idade, são diferentes. Uma pessoa pode ser jovem aprendiz , depois estagiária e depois trainee. Ela pode fazer essa trilha”, explica Milie, dando a pista de que é possível construir um caminho de desenvolvimento profissional em banco.

 

Qual a vantagem de ingressar como aprendiz, estagiário ou trainee

O diferencial desses programas nas grandes organizações é sua estrutura. Os candidatos selecionados integram um grupo que recebe treinamento onboard para entender como a empresa funciona e algumas adotam o esquema job rotation. A pessoa trabalha em diversas áreas para conhecer a corporação como um todo. Dependendo da vaga, o treinamento foca em uma área específica e a pessoa conhece todas as sub áreas do setor.

 

Cursos para trabalhar em banco

Com exceção do Aprendiz, destinado a adolescentes em idade escolar, o candidato precisa ter concluído o ensino médio ou uma faculdade. O lado bom é que a graduação universitária não precisa ser nas áreas de administração ou economia.

 

Veja as várias possibilidades de formação:

 

1. Certificações Profissionais Anbima

Quem concluiu o ensino médio, não tem graduação ou deseja se preparar melhor pode estudar para conquistar as Certificações Profissionais Anbima (CPA) como a CPA10 ou CPA 20 concedidas pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

 

As CPAs são exames que comprovam o conhecimento sobre o mercado de investimentos e se tornaram requisitos básicos para ingressar em instituições financeiras. A CPA 10 habilita para atuar na distribuição de produtos de investimento para o público em geral, enquanto a CPA 20 permite a atuação com clientes de alta renda, corporate, private e investidores institucionais.

 

2. Tecnologia

“A tecnologia é um ramo em alta, porque os bancos precisam tornar o atendimento mais produtivo”, explica Milie. “Os aplicativos bancários e o atendimento ao cliente feito por chat bot, por exemplo, são recursos para tentar facilitar a vida do cliente para que ele não precise se deslocar até uma agência e consiga acessar o banco através do computador ou do celular”.

 

Nesse sentido, profissionais de Sistemas de Informação, UX Designer, UX Writer, Analista de Dados, Cientista de Dados, Engenheiro de Software e Engenheiro de Sistemas são sempre bem-vindos e não precisam necessariamente ter graduação universitária. Segundo Milie, basta ter formação em um bom curso que capacite o profissional para atender as demandas.

 

3. Formação generalista

Cursos de Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e até algumas engenharias comuns, como de produção, mecânica e elétrica, são muito valorizados pelos gestores de banco porque essas formações, mais que raciocínio lógico, trazem boa base para a resolução de problemas.

 

“A gente está vivendo um momento de transição entre o que funcionou até agora para os bancos e para onde o banco precisa chegar no futuro. A gente precisa desses profissionais para fazer o “de-para” da informação (definir de onde sai a informação e para quem ela se destina), então as pessoas que tenham boa capacidade analítica, independente do curso que escolheram, são muito bem-vindas no segmento financeiro”.

 

Os bancos também precisam de profissionais de marketing e comunicação para trabalhar a marca explorando boas estratégias para atingir seu público e também para conquistar novos clientes. Para isso, uma pessoa que estudou marketing e publicidade tem tudo a ver com que o banco precisa.

 

“No fundo, no fundo, quase que independente da formação que a pessoa escolher, se ela quer atuar no segmento financeiro e tem uma boa base, ela tem chance”.

 

Requisitos para trabalhar em banco

Milie explica que a oportunidade de se dar bem no processo seletivo cresce ainda mais quando o candidato se empenha em expandir suas capacidades socioemocionais. “Uma pessoa que consiga desenvolver soft skills tem boas chances de aprovação em uma vaga, independentemente da área”.

 

Quem ainda não entrou na faculdade não deve desanimar, porque a vida ajuda a conquistar essa habilidades mesmo que a pessoa não tenha consciência disso. Os indivíduos aprendem a atuar de determinada por meio de estímulos e a base familiar e a escola têm bastante influência sobre a sua educação e a construção de repertório.

 

Alguém que sempre estudou em escola pública e enfrentou desafios para terminar o ensino médio, como ter que conciliar estudo e trabalho para ajudar em casa, deve usar isso como componente de soft skill no currículo. “O fato de ter precisado ajudar a família em determinado momento fez com que essa pessoa desenvolvesse habilidades que talvez, se ela tivesse todas as condições, não teria desenvolvido”, orienta a especialista.

 

Portanto, experiências de vida, especialmente para quem está em início de carreira ou busca o primeiro emprego, devem estar no currículo. Isso é mais importante do que mencionar proatividade, dinamismo e facilidade de se relacionar bem com os outros. Quem cita que foi voluntário vendendo brigadeiro na escola, que fez parte de um time de esporte ou integrou uma banda de música chama a atenção do recrutador.

 

Como se preparar para a seleção

Processos seletivos de banco são concorridos. Há casos em que 1.500 pessoas concorrem a uma vaga e a seleção é como um grande vestibular com etapas de funil para cada posição.

 

Ao fazer o currículo, quem não tem experiência profissional deve caprichar na menção das experiências de vida (se você não leu o tópico anterior a este, leia). “É muito importante que a pessoa não deixe de colocar no currículo suas experiências voluntárias de vida porque todos têm uma história e tudo isso conta. Isso pode garantir uma aprovação para uma próxima etapa de entrevistas diretamente com o banco”, afirma Milie.

 

Um ponto fundamental é ler atentamente os requisitos da vaga para evitar frustrações. Isso diminui consideravelmente a chance de o candidato pleitear uma posição para a qual ele ainda não está capacitado.

 

Aqui é importante entender que a tecnologia faz a sua parte na seleção. Quando a pessoa se inscreve nas plataformas de recrutamento, os algoritmos fazem uma primeira filtragem dos candidatos. “Se a vaga está exigindo que seja uma pessoa que está finalizando a graduação, é importante atentar porque às vezes a reprovação não vem pelo currículo, mas porque a data de formação não é aquela esperada para a vaga”, orienta Milie. “Às vezes a pessoa se candidata e começa a levar muitas negativas e não está percebendo isso”.

 

Como é a seleção dos candidatos para banco

Normalmente os candidatos passam por uma etapa de testes antes de chegarem no recrutador, e nesse momento o objetivo é entender as habilidades analíticas de resolução de problemas dos concorrentes.

 

Para se sair bem, uma dica é entender se a vaga exige habilidades com relação a línguas e raciocínio, que não necessariamente é lógico. “É um raciocínio fluido, que está relacionado à capacidade de aprendizagem”, diz Milie.

 

Nessa fase, muitas empresas recorrem à gamificação. Portanto, a melhor forma de se preparar é treinando com jogos como sudoku, palavras cruzadas e de temáticas que explorem foco e concentração.

 

Como é a etapa de entrevista no banco

Depois de algumas filtragens, as pessoas são entrevistadas pelo recrutador da empresa de seleção contratada pelo banco, que vai avaliar as capacidades listadas no currículo.

 

Um preparo importante é conhecer a instituição financeira, estudando a empresa, o segmento e o mercado; não há como escapar disso. Afinal, a partir da análise dos candidatos o recrutador vai escolher três para serem entrevistados pelo gestor da área contratante no banco.

 

Quem for chamado deve demonstrar que tem interesse pela vaga, que conhece a empresa, sabe como ela atua e entende sua importância no mercado e em seu segmento.

 

“É muito importante demonstrar conhecimento sobre o desempenho do banco no último ano, as últimas notícias sobre ele e se tem algum produto novo sendo lançado”, ensina Milie. “Todo esse repertório pode fazer muita diferença numa aprovação, porque o gestor vai criar uma conexão com a pessoa e entender o quanto ela foi atrás da informação, buscou conhecimento e demonstrou interesse”.

 

O que acontece quando a pessoa é selecionada

Uma vez escolhidos, os candidatos de base – aprendiz, estagiário e trainee – são treinados para a formação das soft skills desejáveis. Em geral as empresas oferecem formações em comunicação, inteligência emocional, habilidades relacionais, empreendedorismo, habilidades que ensinam a pessoa a fazer apresentações na empresa e mentorias com gestores, entre outras.

 

“Isso faz com que um programa de estágio, trainee ou aprendiz fique sob uma estrutura de acompanhamento que possa dar todo esse suporte, e ao final do programa aqueles que foram muito bem têm uma grande chance de efetivação”.

 

Quem já possui graduação entra em outro patamar e pode ter benefícios que variam conforme a instituição financeira. Para quem teve um desempenho muito bom, alguns bancos oferecem a oportunidade de fazer um MBA ou curso no exterior e conhecer a sede da empresa em outro país.

 

Mesmo contratado, é necessário se atualizar sempre

Os bancos, bem como qualquer empresa, investem pesado em processos seletivos para buscarem as pessoas com o perfil mais adequado às vagas. Por conta disso, é esperado que os jovens consigam entregar bons resultados e construam uma trilha de desenvolvimento profissional na instituição financeira.

 

O conceito do lifelong learning, que é continuar estudando a vida toda, é cada vez mais desejado. As empresas precisam de profissionais com essa habilidade, porque estudar continuamente consiste em se aprimorar e aprender a fazer as coisas de um jeito diferente.

 

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